A morte da onça Juma, abatida após participar do revezamento da Tocha Olímpica em Manaus, causou repercussão na imprensa internacional e nas redes sociais. Uma das manifestações mais recentes foi a da modelo brasileira Gisele Bündchen, que fez um post no Instagram lembrando a onça.
“Se queremos um futuro melhor, também temos de cuidar da vida selvagem. Se você fere uma espécie, está ferindo a todas, incluindo nós, seres humanos. Em memória a Juma (sic)”, diz a postagem, também escrita em inglês.
A postagem já contabiliza mais de 100 mil curtidas e mais de 1 mil comentários.
Entenda o caso
A onça Juma foi abatida pelo Exército após fugir e avançar contra um militar, informou o Comando Militar da Amazônia (CMA). O fato ocorreu na segunda, após o local receber o “Tour da Tocha”.
Segundo o CMA, a onça escapou no momento em que o Cigs estava fechado para visitas. Uma equipe de militares, composta de veterinários especializados, tentou resgatar o animal. Porém, mesmo atingido com tranquilizantes, Juma se deslocou em direção a um militar e foi realizado um tiro.
Especialistas
Ambientalistas criticaram o ocorrido. Ao G1, Diogo Lagroteria, analista ambiental especializado em fauna silvestre e veterinário, disse que, mesmo com anos de treinamento e em cativeiro, a onça nunca poderá ser considerada um animal domesticado.
“O incidente no Cigs aconteceu pelo simples fato dele [o animal] ser uma onça. Animais selvagens sempre serão animais selvagens. Não tem como prever a reação deles nesse tipo de situação”, disse o analista ambiental ao G1.
Comitê Olímpico
A organização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 se pronunciou na terça-feira (21) sobre a morte da onça Juma. “Erramos ao permitir que a Tocha Olímpica, símbolo da paz e da união entre os povos, fosse exibida ao lado de um animal selvagem acorrentado”, admitiu o comitê.
Em nota divulgada em sua página no Facebook, a Rio 2016 disse que o ocorrido “contraria as crenças e valores” da organização.
O CMA comunicou que a onça Juma não era o animal “protagonista do evento”. Segundo Comando Militar, Juma se encontrava no interior do zoo do Cigs onde a Tocha passou por “ocasião do revezamento do terceiro para o quarto condutor na orla da mata”, que fica na entrada da trilha, ocasião em que foi fotografada. Ainda conforme o Exército, o animal estava “em seu habitat”.
Veja íntegra da nota:
Erramos ao permitir que a Tocha Olímpica, símbolo da paz e da união entre os povos, fosse exibida ao lado de um animal selvagem acorrentado. Essa cena contraria nossas crenças e valores.
Estamos muito tristes com o desfecho que se deu após a passagem da tocha. Garantimos que não veremos mais situações assim nos Jogos Rio 2016.