Quem caminha pelas ruas da cidade facilmente se depara com pontos de lixo gerados a partir do descarte inadequado realizado pela população. Com uma coleta eficiente e regular, em dias contínuos ou alternados, todos os bairros da capital são assistidos pela Superintendência Municipal de Limpeza Urbana (Slum), mas a prática persiste e, o que deveria estar no lixo, vai parar em vias públicas em decorrência do mau costume. Para reverter esta situação, a Prefeitura tem realizado uma série de ações operacionais e estratégicas que têm refletido em resultados positivos.
Um dos trabalhos mais recentes é a campanha Descarte Legal, que conta com abordagens de educação ambiental e fiscalização para incentivar os maceioenses ao descarte adequado de resíduos. A primeira etapa da iniciativa acontece durante os mutirões de limpeza, realizados todos os sábados em duas regiões da capital. Agora, com a campanha, os moradores das localidades que recebem os mutirões também podem fazer o descarte do lixo volumoso, a exemplo de móveis e eletrodomésticos sem utilidade. Segundo o titular da Slum, David Maia, o objetivo da ação é fazer com que este tipo de resíduos não seja jogado em vias públicas, em praças ou canais, como tem sido registrado em diversas regiões de Maceió.
Ao falar do descarte inadequado, o superintendente lembra o caso registrado na Avenida Comendador Gustavo Paiva, em Mangabeiras. Lá, eletrodomésticos e móveis jogados no canal que dá acesso à Grota do Cigano foram parar na galeria, o que causou o entupimento da tubulação e gerou o transbordamento de fluidos em meio à via. “Foi uma semana de trabalho e mais de 35 toneladas de lixo retiradas deste ponto, entupido por conta do descarte de resíduos volumosos. Seguimos com limpeza de canais, das ruas e vamos reforçar as ações estratégicas para evitar que situações como esta se repitam”, acrescentou o gestor.
Limpeza da galeria na Avenida Gustavo Paiva durou uma semana com serviços da Slum e da Seminfra. Foto: Lucas Alcântara/ Ascom Slum
Outro trabalho que vem sendo realizado na campanha é a educação ambiental. Para isso, as equipes da Slum tem ido às ruas, com ações porta a porta e com orientações a carroceiros, borracharias e outros geradores de resíduos especiais. A fiscalização também tem sido realizada dentro do objetivo da Descarte Legal, mas é um trabalho realizado rotineiramente conforme o planejamento da Slum. Entre janeiro e junho, foram registradas 328 notificações referentes ao descarte inadequado de lixo. Deste total, mais da metade – 174 notificações – a estabelecimentos que são grandes geradores e não têm contrato com empresa para a coleta dos resíduos. Neste caso, conforme prevê o Código Municipal de Limpeza Urbana, a responsabilidade com a coleta é do gerador e não da Prefeitura, que deve realizar somente a coleta do lixo domiciliar.
Durante a ação porta a porta, educadoras ambientais orientam a população sobre o descarte adequado do lixo domiciliar. Foto: Lucas Alcântara/ Ascom Slum
Ainda sobre as ações para coibir o descarte inadequado, David Maia cita o projeto Ponto Vivo, que recupera áreas degradadas pela população com o descarte de lixo – nessa ação, mais de 40 pontos de lixo foram desativados e deram lugar ao plantio de árvores. O gestor lembra, ainda, do Ecoponto, um projeto pioneiro em Alagoas, que foi lançado pela Prefeitura e está sendo ampliado. O primeiro equipamento foi instalado na Pajuçara, na Rua Campus Teixeira, e a próxima região a ser contemplada é o Mercado. Segundo o superintendente, a meta é entregar outros oito até o final do ano.
Lucas Alcântara/ Ascom Slum