Um dos 12 presos na operação Kapnós, desencadeada pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), nesta quinta-feira (07), lucrava mais de R$ 1 milhão ao ano com a revenda de cigarros falsificados. A informação foi repassada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL).
De acordo com o promotor de Justiça Amilton Carneiro Júnior, entre os 12 presos, um destes “empresários” foi grampeado pela polícia. Em uma conversa telefônica o homem revelou a outro fornecedor que movimentava um pouco mais de R$ 1 milhão ao ano em um esquema criminoso que envolve a participação de duas quadrilhas que atuavam em quatro estados: Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Bahia.
O nome do indivíduo, porém, não foi divulgado. Ele junto aos outros 10 membros vão responder agora pelos crimes de receptação qualificada, falsificação documental e lavagem de dinheiro.
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Segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), a venda de cigarro ilegal movimenta aproximadamente R$ 6,5 bilhões ao ano. De 2012 até 2016, 16 fábricas clandestinas foram fechadas no Brasil, a maioria delas localizada na região Sul do país.
“O ponto inicial onde os cigarros falsificados eram produzidos podem ter vindo de São Paulo. Por lá, há poucos meses atrás, foi fechado uma fábrica”, diz o promotor. Apesar da suspeita, não há ainda provas que justifiquem.
Até o fechamento dessa matéria, oito dos 12 presos permanecem em Alagoas e vão agora prestar esclarecimentos à polícia, todos eles atuavam entre as funções de financiadores e atravessadores regionais ou estaduais. Com eles, foram apreendidos ainda quatro armas de fogo (três revólveres e uma pistola), um jet ski, uma lancha, 15 carros de luxo, R$ 101 mil em espécie, R$200 mil em cheque além de seis carretas com 2.920 caixas de cigarro.
Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão (sendo três ainda em execução) e 29 de busca e apreensão. A operação aconteceu nos estados de Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.