O delegado Ronilson Medeiros, que preside o inquérito da morte do jovem Abinael Saldanha, 25 anos, disse ter encontrado a verdadeira motivação para o crime. Se antes a versão era de inveja e cobiça, o caso sofreu uma reviravolta com a prisão de Deivison Bulhões da Rosa Santos, que seria responsável por arregimentar os autores materiais do crime.
Para Medeiros, a verdadeira motivação para o crime seria o fato de Abinael ter descoberto que Ericksen Dowell da Silva Mendonça, 30, teria fraudado a empresa de certificação digital onde trabalhavam em mais de R$ 12 mil. O desfalque foi confirmado por auditoria realizada pelo dono da empresa.
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Deivison Bulhões da Rosa Santos se apresentou à polícia alagoana e confessou ter sido ele a arregimentar Jalves Ferreira Rocha da Silva, 24, autor do tiro que matou Abinael, e Jonathan Barbosa de Oliveira, foragido, responsável por resgatar os executores da cena do crime, um canavial em Rio Largo.
Segundo a polícia, Deivison foi contratado pelo autor intelectual, Ericksen Dowell, que o conhecia há muito tempo e sabia da sua ficha criminal. O crime começou a “desandar” quando Jalves requereu o celular da vítima e uma parte maior do pagamento por ter sido ele o autor do disparo.
O desfalque
Para a polícia, Ericksen se sentiu pressionando quando Abinael, ao descobrir o desfalque, teria exigido do então amigo que devolvesse o dinheiro retirado irregularmente da empresa. O esquema de Ericksen consistia em receber o dinheiro dos clientes e não legitimar a certificação digital a partir da geração do boleto para a empresa e se apropriar do dinheiro.
Ainda de acordo com a polícia, Ericksen teria utilizado parte do dinheiro em uma casa que havia comprado “para casar” e o restante para contratar os assassinos de Abinael, cerca de R$ 6 mil.
O crime
O delegado Ronilson Medeiros manteve a versão da dinâmica do crime. Abinael foi sequestrado ao sair da residência da noiva, no Santa Lúcia, quando parou para ajudar Ericksen, que supostamente enfrentava problemas com um pneu, e foi levado por Jalves Ferreira e Deivison Santos para o canavial em Rio Largo, onde foi assassinado com um tiro no dia 22 de junho. Seu corpo só seria encontrado dias depois, após a mobilização de familiares e amigos.
Enquanto isso, Ericksen Dowell seguia para um bar e sacou parte do dinheiro para efetuar o pagamento dos assassinos. O quarto envolvido – que segue foragido – Jonathan de Oliveira, foi responsável por resgatar os dois assassinos do canavial em Rio Largo, após ambos incendiarem o veículo da vítima.
Para a Polícia Civil, o caso está completamente elucidado, cabendo apenas a prisão de Jonathan Barbosa de Oliveira. Quem tiver informações pode repassá-las pelo 181.
O delegado Ronilson Medeiros confirmou que a prisão temporária de Ericksen deverá ser convertida em preventiva. O inquérito deve ser concluído e entregue a Justiça ainda esta semana.