Os peritos criminais de Alagoas, atendendo a um pedido da Polícia Civil, iniciaram, na tarde desta quarta-feira, 13, a reprodução simulada da ação policial, que culminou nas mortes do pedreiro Reinaldo da Silva Ferreira, de 46 anos, e dos irmãos Josenildo Ferreira Aleixo, 16 e Josivaldo Ferreira Aleixo, 18, no dia 26 de março deste ano, no Conjunto Village Campestre.
A reconstituição dos fatos também está sendo acompanhada pela delegada Rebeca Cordeiro, coordenadora da Delegacia de Homicídios, que conversou com a imprensa e falou que a reprodução simulada foi solicitada para que fosse verificada a veracidade das versões apresentadas por testemunhas e acusados.
“No momento em que fazemos a reconstituição, estamos testando todas as hipóteses possíveis. Se aquilo que as testemunhas falaram realmente há possibilidade de ter acontecido. A reprodução simulada é uma questão de prova e não de confiar apenas em testemunhas”, informou a delegada.
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De acordo com informações do perito-geral adjunto Hylnard Travassos, a reprodução simulada deve durar cerca de 10 horas e o laudo técnico deve ficar pronto em 10 dias. “O prazo da entrega do laudo é de 10 dias, mas vai depender da quantidade de informações e da complexidade do caso. Assim, os peritos têm direito de pedir a prorrogação do prazo. A reprodução simulada é feita para compensar a falta de exames no local. Por isso, os delegados responsáveis formularam quesitos e os peritos montaram um roteiro para dirimir as dúvidas”, disse Travassos.
Os policiais envolvidos no crime estão presentes no local, mas ainda não afirmaram se irão participar diretamente da reconstituição. “Eles vieram para ajudar, mas como o local é de comoção para eles é difícil de participar diretamente da reconstituição”, explicou o advogado Wilson Lins.
O advogado informou ainda que a cena do crime não foi preservada na época pelo fato dos militares preferirem realizar o socorro dos baleados. “Não preservaram a cena do crime porque as vítimas ainda estavam vivas e o interesse deles era o resgate das vidas. Por isso, as transportaram até o HGE”.
A guarnição foi levada ao local pelo comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar, coronel Carlos Amorim, que disse acreditar na inocência dos militares. “Acredito nos policiais e em todos os militares do 5º BPM. Além disso, coloco o batalhão à disposição para ajudar em qualquer coisa”, disse o coronel.
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Os advogados das vítimas também estiveram no local para acompanhar o trabalho da perícia criminal. “A família do pedreiro Reinaldo não quer, por enquanto, a punição de ninguém antes que as investigações sejam concluídas. A reprodução simulada pretende fazer saber se os depoimentos estão dentro da verdade ou não”, afirmou o advogado da família do pedreiro, Thiago Pinheiro.