Nutricionista recomenda alimentos integrais e orienta sobre produto light

Fotos: Carla CletoVale lembrar que para as fibras cumprirem o seu papel no organismo, é necessário a ingestão de líquidos

Vale lembrar que para as fibras cumprirem o seu papel no organismo, é necessário a ingestão de líquidos

Nas prateleiras dos supermercados, você se depara com uma infinidade de produtos integrais e light, que prometem emagrecer e ajudar no combate a várias doenças. Apesar do crescente consumo destes alimentos, dúvidas e inseguranças ainda surgem na hora da compra, seja pelas letras miúdas e nomes complicados existentes nos rótulos, ou pela falta de informação.

Conforme a portaria 27/98 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, os termos “light”, “lite” ou “leve” podem ser utilizados quando for cumprido o atributo “baixo”. A nutricionista Yana Aline, da Gerência de Atenção Primária (GAP) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), explica que o alimento para ser considerado light deve apresentar redução mínima de 25% em determinado nutriente ou calorias, comparado com o alimento convencional.

“Para que ocorra a redução de calorias, é necessário que haja a diminuição no teor de algum nutriente energético, como carboidrato, gordura ou proteína”, disse. A redução de um nutriente não energético, por exemplo, o sódio (sal light), não interfere na quantidade de calorias do alimento.

Nos alimentos light, o consumidor deve estar atento à possibilidade de terem sido acrescidas outras substâncias. Isto porque, na redução de um, pode ser necessária a adição de outro componente calórico, tais como gordura, sódio e açúcar, para minimizar alterações na cor, na consistência ou outros aspectos.

Por exemplo: alguns requeijões e queijos light têm menos calorias pela redução de gorduras; contudo, para manter a textura, aumenta-se a quantidade de sal. É, portanto, um risco para hipertensos. Por isso, e para simplificar as coisas, é fundamental explicitar para qual alimento o nutriente é aplicável.

“A expressão light nas embalagens dos alimentos não necessariamente significa que o produto é reduzido em gordura e seja mais saudável. Para quem quer emagrecer, um alimento light ingerido em grande quantidade pode engordar até mais do que uma porção normal do produto original”, afirmou a especialista, que enfatizou a importância dos produtos light serem consumidos com cuidado.

Apesar de o requeijão cremoso light apresentar 188 kcal a menos que o requeijão normal, ele possui 5,54 g a mais de carboidrato quando comparado ao convencional. Ele está na categoria light porque apresenta menos gordura, mas a quantidade de carboidratos é maior. Já o refrigerante light não pode ser ingerido de forma nenhuma por hipertensos, uma vez que ele contém 30 mg de sódio, e o refrigerante normal é isento desse mineral.

Por outro lado, a margarina light tem menos da metade das gorduras e calorias que a embalagem normal. “A manteiga, apesar de tudo, tem mais nutrientes que a margarina, porque ela vem do leite. A maior parte das margarinas que encontramos nas prateleiras do supermercado tem gordura hidrogenada”, disse Yana Aline. O sorvete light, por incrível que pareça, é feito com menos carboidratos e quase metade das calorias. Porém, a concentração de sódio é dobrada.

De acordo com a nutricionista, a rotulagem dos alimentos possui dados importantes quanto aos valores nutricionais de um produto. Portanto, ler e compreender as informações que estão presentes nos rótulos dos alimentos constitui um fator essencial para uma escolha mais apropriada e benéfica.

Consumo de fibras alimentares

Entre os alimentos integrais ou light, o ideal, segundo a nutricionista, é que a dieta seja mais próxima da natural, com alimentos variados e equilibrados, que contenham aveias, nozes, frutas, grãos, farelos, verduras, legumes e pão integral nas refeições.

De acordo com ela, uma alimentação rica em fibras pode reduzir o risco de desordens específicas, como hemorroidas, doença diverticular do cólon e síndrome do intestino irritável. As fibras solúveis, em particular, podem ajudar a diminuir o colesterol sanguíneo e a encurtar a velocidade de absorção de açúcar que, nas pessoas com diabetes, pode ajudar na melhora do nível sanguíneo e, com isso, auxiliar no controle da doença. Além disso, uma dieta rica em fibras também pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2, assim como ajudar na perda de peso.

“Alimentos com alto teor de fibra geralmente requerem mais tempo de mastigação, o que dá tempo a seu corpo de registrar a saciedade mais precocemente, impedindo que você coma além do necessário”, explicou Yana Aline.

Um estudo publicado pelo Journal of the American Medical Association, concluiu que uma dieta rica em fibras (23g/dia), pode reduzir até 23% o risco de doenças coronarianas.

A maçã é a grande fonte de pectina, fibra excelente para prolongar sua sensação de saciedade. Já a banana é repleta de fibras e sais minerais, também é uma boa para driblar aquela fome que bate entre as refeições. Já a castanha-do-pará auxilia seu corpo a não produzir radicais livres, a retardar o envelhecimento das células e a ativar a tireoide – glândula essencial ao metabolismo. “Comer duas castanhas-do-pará por dia são suficientes para você ter benefícios”, recomenda Yana Aline.

E não para por aí. As fibras presentes no pão integral multigrãos prologam sua saciedade. Mais: a linhaça, que também possui ômega-3, ajuda a saúde do coração. A quinoa, com proteínas, turbina os músculos. O amaranto, rico em vitaminas do complexo B, faz bem à vista.

Vale lembrar que para as fibras cumprirem o seu papel no organismo, é necessário a ingestão de líquidos. “Beber muita água e praticar atividade física são hábitos que auxiliam no bom funcionamento do intestino”, sugeriu a especialista.

Fonte: Agência Alagoas

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