Após 12 anos, acusado de integrar grupo de extermínio vai a júri popular

Está marcado para esta quarta-feira, 20, o júri popular do último acusado de participação no assassinato do pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, crime ocorrido há 12 anos. Quem senta no banco dos réus é Rogério Menezes Vasconcelos, acusado de ser um dos autores materiais do crime.

Até o momento cinco pessoas foram julgadas, condenadas e permanecem em liberdade. É o caso do ex-deputado estadual e ex-vereador por Maceió, Luiz Pedro, que recebeu condenação de 26 anos e cinco meses de reclusão, inicialmente em regime fechado, mas permanece em liberdade a espera do trânsito em julgado da sentença. O júri lhe imputou seguintes crimes: homicídio qualificado, sequestro e formação de quadrilha.

Para o pai da vítima, Sebastião Pereira – que ainda hoje procura pelo corpo do filho – ainda há um longo caminho até que a justiça seja feita. “Continuo batendo na porta das autoridades e só descanso quando os responsáveis pela morte do meu filho estiverem na cadeia. Ao contrário deles, o prisioneiro sou eu, que não posso sair de casa com medo”, desabafa.

Sobre o júri do último acusado, Sebastião disse que Rogério esteve foragido durante um bom tempo, mas teria feito acordo com a Justiça alagoana. “Tivemos informações de que ele [Rogério] teria se comprometido em comparecer ao júri, em troca de responder em liberdade”, as informações, todavia, não foram confirmadas pelo Alagoas24horas.

“Para mim ainda reina a impunidade”, concluiu com tristeza, Sebastião Pereira. O júri está marcado para as 8h, no Fórum do Barro Duro.

Relembre o caso

Carlos Roberto foi sequestrado da própria residência, no bairro do Clima Bom, na madrugada do dia 12 de agosto de 2004, foi assassinado com vários tiros e seu corpo desapareceu do Instituto Médico Legal Estácio de Lima. Em sua peregrinação, o pai de Carlos Roberto conseguiu autorização para várias exumações, mas nunca localizou o corpo do filho.

Segundo o processo que tramita na 8ª Vara Criminal, Carlos Roberto foi sequestrado por Adézio Rodrigues Nogueira, Láercio Pereira de Barros, Naélson Osmar Vasconcelos de Lima, Leoni Lima, acusados de integrar um suposto bando armado comandado pelo então vereador Luiz Pedro, que intimidava a população dos conjuntos das áreas comandadas por ele.

O Ministério Público de Alagoas solicitou que réus fossem condenados por homicídio qualificado por motivo torpe e por não ter dado chance de defesa à vítima, bem como pelos crimes de sequestro e formação de quadrilha.

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