Garry Marshall, diretor de “Uma linda mulher” e criador do clássico da televisão americana “Happy days”, morreu nesta terça-feira (19), em Burbank, Califórnia, Estados Unidos, aos 81 anos, de complicações de pneumonia, informou sua agente, Michelle Bega.
“Uma linda mulher”, o conto de fadas cinematográfico da década de 1990, transformou Julia Roberts em a “Namorada da América” e referendou Richard Gere como um dos grandes galãs de Hollywood. Para muitos, é a comédia romântica por excelência.
“Julia era jovem mas não tinha medo”, lembrou Marshall em uma ocasião. “Vê-la crescer foi um dos meus grandes prazeres”.
O filme arrecadou US$ 463 milhões de bilheteria e abriu as portas do estrelato para a atriz, que conquistou o Globo de Ouro e sua segunda indicação ao Oscar após “Flores de aço” (1989).
O filme conta como um bem-sucedido e multimilionário advogado se apaixona por uma prostituta, uma história de amor que foi entendida como uma reinvenção do conto clássico da Cinderela.
No registro de Marshall como diretor também figuram “Frankie and Johnny” (1991), “Noiva em fuga” (1999), “O diário da rincesa” (2001), “Idas e ´vindas do amor” (2010), “Noite de ano novo” (2011) e o recente “O maior amor do mundo”, que estreou em abril.
Marshall se caracterizou por contar quase sempre em seus filmes com o ator Héctor Elizondo, que considerava seu amuleto da sorte.
Nos EUA deixou também uma grande lembrança com “Happy days”, série número um do país entre 1974 e 1984, com personagens inesquecíveis como “The Fonz” (Harry Winkler) que se transformou em um fenômeno cultural.
Marshall desenvolveu e criou 14 séries e produziu mais de mil episódios para televisão. Conseguiu cinco indicações ao Emmy e entrou para o Hall da Fama da Academia das Artes e as Ciências da Televisão em 1997.
O diretor repetiu o sucesso de “Uma linda mulher” apostando mais uma vez em Julia Roberts e Richard Gere em “Noiva em fuga” quase uma década depois, outra comédia romântica que arrecadou mais de US$ 300 milhões em todo o mundo.
Na reta final de sua carreira apostou na fórmula de reunir um elenco repleto de estrelas em filmes que giravam em torno de uma data popular como “Dia dos namorados”, “Ano novo” e “Dia das mães”, que lhe renderam críticas negativas, mas se revelaram obras atrativas para o público.
Marshall, irmão da cineasta Penny Marshall, estava casado com Barbara Sue Marshall desde 1963 e tinha três filhos e seis netos.
No Twitter, Henry Winkler, de “Happy days”, se despediu: “obrigado por minha vida profissional”.