Casos de doping podem tirar a Rússia dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
A Corte Arbitral do Esporte (CAS) anunciou nesta quinta-feira ter negado a apelação do Comitê Olímpico Russo e de 68 integrantes do atletismo russo que pediam para participar dos Jogos do Rio 2016, após a suspensão imposta à Federação Russa de Atletismo pela Federação Internacional da modalidade (IAAF), em virtude de um grande escândalo de doping.
“O júri do CAS confirma a validade da decisão da IAAF segundo a qual os atletas e a federação nacional (da Rússia) ficam suspensos e não podem ser selecionados para as competições sob a organização da IAAF”, declarou a CAS, através de comunicado.
Entre os atletas russos que buscavam permissão para competir no Rio de Janeiro estava Yelena Isinbayeva, estrela do salto com vara e rival da brasileira Fabiana Murer. “Obrigada a todos por terem enterrado o atletismo. Isso é puramente político”, disse ela, que tentaria seu terceiro ouro olímpico, à agência de notícias russa TASS.
A IAAF havia concedido apenas duas liberações para atletas russos disputarem os Jogos como atletas neutros, sem a bandeira de seu país: a saltadora Darya Klishina e a responsável por denunciar o escândalo que culminou na suspensão Yulia Stepanova, dos 800m. Cabe ao COI ratificar a decisão.
A decisão da CAS pode ser chave para a presença da Rússia no Rio depois que, na última segunda-feira, o “Relatório McLaren”, encomendado pela Agência Mundial Antidoping (Wada), acusou a Rússia de um esquema de doping sistemáticol, apoiado pelo governo, durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014.
Desde então, há pressão sobre o Comitê Olímpico Internacional (COI) exclua a Rússia dos Jogos. Um encontro para discutir o assunto já foi realizado, mas uma decisão é esperada apenas para a próxima semana.
Repercussões
Após o anúncio da decisão, a IAAF também se manifestou através de comunicado se dizendo satisfeito com a posição da CAS. O presidente da entidade, Sebastian Coe, contudo, ressaltou que, apesar da recepção positiva, “não se trata de um dia para palavras triunfantes”.
O Governo da Rússia, por sua vez, “lamentou profundamente” a posição, através do porta-voz Dmitry Peskov. “A ideia de responsabilidade coletiva do nosso ponto vista não pode ser considerada aceitável”, afirmou. Já o Ministro dos Esportes russo, Vitaly Mutko, definiu o caso como “político”.
“No meu ponto de vista, esta é uma decisão subjetiva e de certa maneira política para a qual não há base legal”, disse a autoridade à agência russa TASS.