“Alagoas é o estado onde mais se comete crimes eleitorais”. A afirmação foi dada pelo delegado Polybio Brandão Rocha, que comanda a operação intitulada de Niágara, na manhã desta terça-feira (26). A ofensiva desencadeada pela PF desde ontem busca adquirir provas de um esquema destinado à distribuição de dinheiro e outras benesses para os eleitores da cidade.
De acordo com o delegado, são três mandados de busca e apreensão e quatro de intimação que estão sendo cumpridos na cidade. A ordem judicial envolve a participação de pré-candidatos, novos e antigos, a prefeito e vereador da região. “Não posso te confirmar se tem envolvimento com a atual gestão [formada pelo grupo político de Flaubert Torres], mas te digo que é um crime bastante comum no interior do estado”, diz o delegado.
Eleitores que foram coniventes com a situação também serão intimados e devem prestar esclarecimentos à Polícia Federal. “É um crime muito difícil de investigar porque a própria comunidade contribui. A pessoa já fica esperando esse dinheiro quando chega o período de eleições”, diz o delegado.
Na última investigação liderada pelo delegado, cumprida em 2012, durante o último pleito para os cargos de prefeito e vereador, Alagoas era o estado em âmbito nacional em que mais foram identificados crimes eleitorais, seja de compra e venda de voto ou de outros benefícios. “Naquele tempo, Alagoas só perdia para a Paraíba e o Ceará. Ora, veja bem, se fosse colocado proporcionalmente o número de habitantes, Alagoas seria o maior nesse tipo de crime ainda em 2012, porque a dimensão territorial do Ceará é bem maior do que aqui”, avalia o delegado.
O nome da operação, Niágara, deve-se à analogia feita entre as Cataratas do Niágara e seu incrível volume de água e o incrível volume de dinheiro movimentado durante as Eleições Municipais no Brasil, grande parte, destinada à compra de votos. A PF divulga um número para que as pessoas possam denunciar em suas cidades práticas desse tipo. Para denunciar compras de voto ligue: 3216-6767, o sigilo é garantido.