No dia do lançamento oficial do “Pokémon Go” no Brasil, um jogador publicou no Facebook que teve o celular roubado na noite de quarta-feira (3) enquanto tentava capturar pokémons na Avenida Paulista, região central de São Paulo. No Espírito Santo, um jovem disse que também foi roubado enquanto jogava.
Em entrevista ao G1, o publicitário Hilário Júnior, de 32 anos, disse que foi assaltado por volta das 22h por um ladrão que estava em uma bicicleta importada. José Hilário Júnior afirmou que registrou boletim de ocorrência eletrônico do crime no site da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
De acordo com o publicitário, como o jogo virou uma febre em poucas horas desde seu lançamento nacional no fim da tarde de quarta-feira, há o risco de mais pessoas serem vítimas de criminosos. “Apesar de você ver o bicho numa realidade aumentada dentro do contexto da cidade, você se distrai para capturá-lo porque precisa olhar para a tela do seu celular”, falou nesta quinta-feira (4).
E foi assim que Hilário Júnior perdeu seu aparelho novo duas horas após ter comprado. “Como sou fã da série do desenho animado, havia pego meu celular e decidi baixar o jogo no aplicativo, e depois combinei de me encontrar com um amigo na Paulista para caçarmos pokemóns”, disse.
Geek aficionado, o publicitário percorreu a pé os quase dois quilômetros de distância que separam seu apartamento, na Vila Mariana, da Avenida Paulista.
“Já havia pego uns 18 pokémons no trajeto até me encontrar com meu amigo”, disse Hilário Júnior, que encontrou mais caçadores na Paulista. “Ontem era uma comoção. Quem olhava do lado, alguém estava procurando os bichos. Quando eu me preparava para pegar o Zubat [um morcego], passou esse cara na bicicleta e levou o celular”.
“O que aconteceu foi um descuido meu, mas decidi publicar o post no Facebook para pedir mais policiamento na Paulista, que é um dos cartões postais da capital”, disse Hilário Júnior. “Pelos comentários na minha página, quem me roubou pertence a ‘gangue da bicicleta’, jovens que usam bikes para roubar celulares de pedestres”.
Hilário Júnior não se lembra do rosto do ladrão que levou seu celular. “Foi a primeira vez que fui assaltado em São Paulo”, disse. “Apesar de eu ter sido roubado, o boletim eletrônico só permitiu o registro do caso como furto”.
Depois que o publicitário postou na internet “FUI ASSALTADO NA PAULISTA ENQUANTO JOGAVA POKEMON GO”, seu Facebook passou a receber comentários de amigos e desconhecidos se solidarizando com Hilário Júnior.
“Por isso q só capturei o pokemon q estava no meu quintal…sei q se eu sair de casa procurando vai dar nisso tbm”, escreveu uma mulher na página dele na rede social.
Apesar do celular roubado, o publicitário afirmou que não desistirá de caçar pokémons na Paulista. “Não vou deixar de jogar. Como o meu celular estava no seguro, vou pegar outro aparelho hoje [quinta-feira] e continuar jogado”, disse Hilário Júnior, que só tomará uma medida de segurança. “Andar com mais pessoas juntas que joguem ‘Pokémon Go’ para me proteger”.
Procurada para comentar o assunto, as assessorias de imprensa da SSP e da Polícia Militar (PM) não haviam respondido os questionamentos do G1 até a publicação desta reportagem.
Espírito Santo
Na noite de quarta-feira, um estudante de 14 anos teve o celular roubado enquanto tentava capturar um pokémon no Centro de Vila Velha.
Segundo o pai da vítima, o filho havia baixado o jogo no celular no início da noite. Após capturar um pokémon dentro de casa, o adolescente saiu com um amigo pelas ruas do bairro para tentar encontrar mais criaturas.
No entanto, por volta das 20h30, quando o estudante se abaixou para tentar encontrar o pokémon, ele foi abordado por um criminoso armado.
“O rapaz levantou a camisa e mostrou a arma. O colega do meu filho se assustou e correu, mas meu filho acabou tendo que entregar o celular, um iPhone”, afirmou o pai do menino.
A família vai registrar um Boletim de Ocorrência nesta quinta-feira (4), mas faz um alerta: “Os pais têm que ter atenção, senão os meninos saem com o celular na mão e entregam o ouro na mão dos bandidos”, afirmou o pai.
‘Pokémon Go’
O game de smartphones usado para colecionar monstrinhos de bolso está disponível para aparelhos Android (clique aqui para baixar) e iOS (clique aqui para baixar). “Pokémon Go” usa dados do Google Maps para espalhar monstrinhos, PokéStops e ginásios pelas ruas da sua cidade.
Os pokémons aparecem aleatoriamente pelo mapa, respeitando um nível de raridade e algumas condições geográficas. Monstrinhos de água, por exemplo, tendem a surgir perto de rios, lagos e mares.
A ideia é que você ande por aí para encontrá-los e capturá-los. E para isso, basta arrastar a pokébola que aparece na parte de baixo da tela na direção do pokémon.
Algumas criaturinhas são mais difíceis de pegar. Mas conforme os treinadores jogam, novas pokébolas mais eficazes também ficam disponíveis.
Já os estabelecimentos comerciais e outros pontos urbanos se transformam nas PokéStops, locais fixos onde os treinadores podem coletar periodicamente (e gratuitamente) mais itens. As PokéStops são parada obrigatória para reabastecer o seu estoque de pokébolas e incensos – este último atrai mais pokémons para sua localização.