Uma oferta da Nike para vestir a seleção uruguaia, cinco vezes maior do que a feita pela Puma, uniu as estrelas da celeste contra a AUF, a federação do país, e pode até fazer com elas abandonem o time, que na próxima semana joga pelas eliminatórias para a Copa de 2018.
No meio da disputa, está a nebulosa relação entre uma empresa, a Tenfield, e a federação uruguaia. Há 18 anos é essa companhia que tem os direitos sobre a seleção duas vezes campeã mundial, faturando com verbas de televisão e também fazendo a intermediação de patrocínios, como o da Puma.
Para quebrar esse monopólio, estrelas uruguaias, lideradas pelos zagueiros Godín e Lugano, e com apoio do astro Suárez, conseguiram oferta da Nike de US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões) por ano para AUF. Isso é praticamente cinco vezes o que a Puma oferece: US$ 750 mil, ou R$ 2,4 milhões.
Boa parte dos jogadores da seleção não tem qualquer vínculo com a Nike. O objetivo deles é apenas melhorar as condições financeiras do futebol uruguaio, que tem recursos bastante modestos e vê seus jogadores deixando o país ainda jovens.
Mesmo com diferença tão grande, os cartolas uruguaios não chegaram a uma conclusão sobre qual oferta aceita em reunião na semana passada. E isso uniu os jogadores.
Uma enxurrada de trocas de mensagens por Whatsapp fez os atletas prometerem que vão lutar contra o “monopólio de 20 anos” na federação. E divulgaram comunicado exigindo “dignidade, transparência e respeito pelas pessoas”.