Depois de um julgamento que durou quase sete horas, na Câmara de Vereadores da cidade de Rio Largo, o Ministério Público Estadual de Alagoas conseguiu a condenação de Carlos Caick Idelfonso de Oliveira, de 21 anos. O réu foi submetido a uma pena de 11 anos em regime fechado pelo crime de homicídio qualificado contra o transexual José Hílton dos Santos, conhecido pelo apelido de Gaivota, morto em outubro de 2014, no povoado Alto de São Miguel, em Rio Largo. O crime teve grande repercussão à época porque, mesmo após ter tirado contra a vítima e vê-la agonizando no chão, o assassino voltou ao local minutos depois e efetuou novos disparos até provocar a sua morte.
O promotor de Justiça Wesley Fernandes foi quem participou do júri na condição de membro do Ministério Público. “A tese do Ministério Público foi de homicídio qualificado por motivo torpe, já que a vítima foi morta por vingança. Dias antes do crime, o José Hílton havia discutido com o réu e dado um tapa contra o seu rosto. Foram mais de seis horas de júri, mas, ao final, conseguimos convencer o Conselho de Sentença da culpa do réu. A justiça foi feita”, disse o promotor.
Carlos Caick Idelfonso de Oliveira foi condenado a uma pena de 11 anos de reclusão. Mas ele já estava preso desde março do ano passado, quando foi detido pela polícia após praticar um assalto na cidade de Santa Luzia do Norte. Como já havia um mandado de prisão contra ele, à época, por causa do crime contra José Hílton, ele passou a ficar preso, ao mesmo tempo, pela prática de dois ilícitos penais.
O caso
O transexual José Hilton dos Santos foi assassinado com vários tiros em outubro de 2014, no povoado Alto de São Miguel, em Rio Largo, região metropolitana. Após sofrer os primeiros disparos e cair no chão, um morador filmou a vítima agonizando no meio da rua, enquanto várias outras observavam o que acabara de acontecer. Uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) ainda chegou a ser acionada, entretanto, antes do socorro chegar, o réu voltou ao local do crime e atirou mais vezes contra José Hilton, que não resistiu aos ferimentos e morreu.
As imagens que foram gravadas por um popular circularam nas redes sociais e causaram revolta nos moradores da cidade.