Jovem detida nos EUA tem uma hora para celebrar aniversário com a mãe

Adolescente brasileira foi barrada em aeroporto ao viajar para visitar tia. Estudante está detida em abrigo do país há mais de 15 dias.

adolescenteA adolescente brasileira barrada ao tentar entrar nos Estados Unidos para visitar uma tia completa 17 anos nesta sexta-feira (26) e terá apenas uma hora para comemorar o aniversário com a mãe. A jovem está detida há mais de duas semanas no país.

O encontro com a mãe, Liliane, que viajou para os Estados Unidos para liberá-la, está marcado para a manhã desta sexta. “Acho que vai ser muito triste, muito angustiante porque vai ser o aniversário dela. É o aniversário dela. Vai ser bom abraçar a minha filha, mas vai ser triste porque ela esta pagando por uma coisa que ela não fez, ela não fez nada e está presa”, disse ela aos prantos.

A mãe conta que um diplomata brasileiro visitou a filha no abrigo em que ela está detida e afirmou que a jovem estava bem. A informação não a tranquilizou. “Eu não acredito que a minha filha esteja super bem porque o dia que eu a vi ela chorava muito. Ninguém fica bem trancafiada, presa, prisioneira desse jeito”, lamentou Liliane.

Stephane deixou o Brasil no último 10 para visitar uma parente e iria aproveitar para ver a possibilidade de cursar o último ano do ensino médio em Orlando, na Flórida. Uma tia dela vive há quase dois anos na cidade. A adolescente já esteve nos Estados Unidos outras vezes, mas esta foi a primeira em que viajou sozinha.

O que seria só mais uma viagem ao país, mudou de cenário quando a jovem desembarcou no Aeroporto de Detroit. Ao passar pela imigração, a adolescente acabou barrada e conduzida a uma pequena sala onde permaneceu durante mais de dez horas sem saber o porquê.

Abrigo

De lá, Stephane foi encaminhada a um abrigo para menores refugiados em Chicago. Segundo o pai dela, a adolescente foi vacinada diversas vezes no local. Toda a bagagem passou por uma higienização e ela foi obrigada a usar um uniforme. “Só as roupas íntimas deixar com ela”, afirmou o pai da estudante, Sérgio Ferreira.

A família só foi informada de que Stefane estava num abrigo três dias depois. A mãe conta que voou imediatamente para o país e, mesmo depois de provar que é a adolescente é sua filha, não conseguiu liberá-la. A jovem só tem direito a dois telefonemas e um encontro por semana.

O encontro acontece em local determinado pelas autoridades americanas, que não permitem que a mãe saiba onde fica o abrigo. “Eles não dão endereço. O lugar que eu visitei a Stephane é um lugar que eles determinam. É tudo muito sigiloso pra proteger a menor”, contou a mãe.

Os pais alegam que ela tinha toda a documentação necessária e em dia para a viagem. A jovem contou que foi informada no setor de imigração de que não poderia estar desacompanhada. A mãe diz que não consegue liberar a filha e que continua sem saber oficialmente o motivo da detenção.

Em nota, o Itamaraty afirmou que já acionou o consulado-geral do Brasil em Chicago e que mantém contato com os pais da adolescente e com as autoridades americanas. O consulado pediu urgência na análise do caso. A embaixada dos Estados Unidos no Brasil disse que não pode comentar o caso por conta de questões de privacidade da lei norte-americana.

Fonte: G1

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