O ministro da Cultura, Marcelo Calero, foi chamado de golpista e fascista durante um evento do Festival de Cinema de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, na noite sexta-feira (2). O encontro tinha o objetivo de discutir o futuro do cinema brasileiro, mas o debate não foi concluído por conta do tumulto. Calero reagiu e houve confusão.
No vídeo, é possível ver a tentativa de reação do ministro, que destacou os escândalos envolvendo a Petrobrás. As vaias e ofensas verbais aconteceram ainda no início do evento e foram contidas pela organização, mas após algumas perguntas o ministro foi interrompido definitivamente. Ele saiu por volta das 21h acompanhado de assessores e dos seguranças. O debate estava marcado para as 20h, mas começou com atraso.
Por meio de nota, o Ministério da Cultura afirmou que repudia este tipo de atitude e que o ato foi um desrespeito à classe artística petropolitana. Alguns participantes também desaprovaram o ato, que segundo a organização, partiu da minoria presente no evento do Festcine Imperial.
“Estávamos ali para discutir outra coisa e acabamos não conseguindo. Quem não foi lá fazer política acabou prejudicado”, afirmou uma pessoa que é ligada à cultura e preferiu não ter a identidade revelada. Calero foi nomeado pelo então presidente em exercício, Michel Temer, em maio. Ele lamentou o ocorrido nas redes sociais.
“Eu e o público presente nos indignamos com a tentativa de interrupção de um evento que custou muito trabalho e dinheiro às produtoras e ao povo de Petrópolis – e demonstramos isso com altivez. Fiquei penalizado com o fato de que essa meia dúzia deixou as produtoras do evento constrangidas e lamentando o ocorrido. Mas não se abalem! Esse pessoal não quer saber de cultura. Eles não se conformam com a democracia. Querem fazer valer a todo custo a sua verdade particular”, publicou.
Por meio de nota, a organização explicou que objetivo do encontro era discutir as novas diretrizes do Ministério da Cultura para o setor do Cinema e do Audiovisual do pais.
“O debate foi prejudicado por uma minoria que não parecia disposta a participar do diálogo proposto pelo Festcine Imperial”. Além de Calero, o debate contou a presença da presidente do SICAV (Sindicato da Indústria Audiovisual), Silvia Rabello e da produtora Glaucia Camargos.
Também através de nota, o Ministério da Cultura disse que “repudia a atitude de seis manifestantes de partidos políticos, que agiram de forma agressiva e intimidatória, interrompendo o debate. [?] A atitude no cineteatro do Museu Imperial foi um desrespeito à classe artística petropolitana, que compareceu ao evento para debater e ouvir o ministro, e um desserviço a Petrópolis, que pela primeira vez em sua história sedia um festival de cinema. O público presente ficou estarrecidos com as manifestações de intolerância de uma minoria que tentou impedir que o debate chegasse ao fim […]”.