Iniciado em 2014 junto ao processo de salvaguarda da jangada tradicional promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Alagoas (IPHAN-AL), o projeto “Jangada de Pau” ganhará um novo desdobramento no próximo dia 09 de setembro. Na data, acontecerá a abertura da exposição “Jangada de Pau – Do Imaterial ao Digital”, proposta do Núcleo Zero contemplada no prêmio Eris Maximiano – Edital das Artes – da Prefeitura de Maceió, com visitação na Casa do Patrimônio IPHAN Maceió.
Nos últimos dois anos, a pesquisa realizada pelo estúdio de criação tem amplificado as possibilidades de abordagem do tema, mergulhando em sua fascinante complexidade.
Na ocasião da salvaguarda, o Núcleo Zero foi responsável pela realização do documentário “Jangada de Pau”, filme de 30 minutos que registra o fazer da embarcação apontada por Luís da Câmara Cascudo como a mais antiga forma de navegação utilizada pelo homem. Seguindo sua carreira em mostras, a produção acaba de ser selecionada para o VII Festival Internacional do Filme Etnográfico do Recife, e será exibido na capital pernambucana entre os dias 13 e 16 de setembro.
A exposição, que dá continuidade ao projeto, reúne um acervo colhido por antropólogos e pesquisadores desde a década de 1960, assim como o registro do processo de salvaguarda do bem imaterial, além de pontos de vista poéticos sobre o ofício do jangadeiro.
Entre a equipe de consultores e fotógrafos que colaboraram com a exposição, estão o arqueólogo subaquático e professor da UFPE Carlos Rios, o o antropólogo norte-americano Shepard Forman e antropólogo holandês Antonius Robben. Os dois últimos participam de uma exposição fotográfica composta por imagens de suas pesquisas etnográficas realizadas no litoral alagoano, respectivamente em 1965 e 1977.
PROTAGONISMO ALAGOANO
Em sua narrativa, a exposição “Jangada de Pau – Do Imaterial ao Digital” reconstitui a história da embarcação tradicional desde sua origem pré-histórica até os primeiros sinais de sua substituição pelas modernas jangadas de isopor.
Um dos episódios de destaque é a passagem que relata a jornada dos jangadeiros alagoanos, quatro pescadores que realizaram uma heroica e pioneira viagem entre Maceió e Rio de Janeiro a bordo de uma frágil jangada de tronco. Viagens semelhantes foram realizadas posteriormente por pescadores do Rio Grande do Norte e do Ceará, recebendo grande destaque da mídia e papel de relevo na história, ao contrário dos alagoanos, que quase não são lembrados.
A exposição se esforça para restaurar o protagonismo dos heróis alagoanos.
Uma nova etapa do projeto será realizada ainda no mês de setembro, com o lançamento de uma publicação multimídia para tablets com conteúdo interativo.
O quê: Exposição “Jangada de Pau – Do Imaterial ao Digital”
Onde e quando: Casa do Patrimônio IPHAN Maceió (Rua Sá e Albuquerque, 157, Jaraguá, Maceió-AL), dia 09 de setembro, às 19h
Aberta ao público
Informações: 82-3313-1186 / 82-99904-7770 / nucleozero.com.br