No último dia da sabatina realizada pela Fecomércio-AL com os candidatos à Prefeitura de Maceió, o atual prefeito Rui Palmeira (PSDB) e o deputado federal João Henrique Caldas (PSB) responderam questões criadas pelos comerciários. No âmbito da saúde, os dois candidatos divergiram quanto à avaliação feita do Programa de Saúde da Família (PSF), que cobre 30% da população maceioense, segundo dados recentes do Ministério da Saúde.
Para Palmeira, a saúde avançou com reformas e construção de novas unidades, mas o PSF termina por custar caro aos cofres públicos. O atual modelo, que lida com o trabalho de prevenção para a população carente, teria se tornado “absolutamente inviável” em sua gestão.
“A saúde, obviamente, é um problema nacional. A questão da Saúde da Família quando foi criada pelo FHC, cada família recebia R$ 9.600 reais em 1995, hoje cada equipe recebe R$ 10.200 reais sendo que naquela época o governo federal bancava integralmente a equipe. Novamente, hoje uma equipe do PSF em Maceió custa entre R$ 54 e R$ 55 mil reais, então esse modelo se tornou absolutamente inviável”, avalia Palmeira.
Em compensação, Palmeira destacou que apesar desse entrave a gestão contorna com investimentos em reformas e reestruturação das unidades de saúde que, na visão do mesmo, estavam sucateadas e em situação de emergência. “Então o que fizemos nesses quatro anos? Conseguimos reformar 30 unidades de saúde e construir novas. Até o final do ano do ano serão 11 entregues. Focamos sempre em unidades de saúde que funcionavam em casas alugadas e que não tinham a menor condição de atendimento”, ressalta Palmeira.
Assim, como proposta de reeleição, Palmeira diz que irá reformar 100% das unidades e entregar uma nova unidade de Pronto Atendimento (UPA) para o bairro do Jacintinho. “Nossa meta é conseguir reformar 100% das unidades, conseguimos, além disso, inaugurar unidades em universidades particulares e colocar à disposição do Maceioense duas UPAs, pois Maceió era a única capital do Nordeste que não tinha nenhuma. O recurso chegou para o município ainda em 2010 e na época cabia ao então prefeito tocar o projeto, o que não existiu, faltou vontade política”, disse.
JHC
Indo na contramão da atual gestão, JHC fez uma avaliação diferente sobre o mesmo tema. Para o deputado, as duas últimas gestões – realizadas por Palmeira e Cícero Almeida (PMDB) – falharam não só na aplicação do PSF, mas na escolha do comando da secretaria. A falha, atribui o deputado, se concentra no fato de que ambas gestões priorizarem indicações políticas, o que trouxe prejuízos para a população e mudanças constantes no corpo de secretariados. ”Nós temos aí praticamente nas duas últimas gestões o mesmo modelo de administrar a saúde, inclusive com indicações políticas bem parecidas e nada mudou”, dispara.
O deputado ressaltou também a necessidade de investir mais em saúde básica e adiantou que não adianta construir uma UPA para em seguida “fechar postos de saúde”. “Faltam medicamentos para doenças crônicas e cestas básicas. O que mais a gente vê são matérias falando que a compra de medicamentos resultou na ida para o lixo porque estavam vencidos ou algo do tipo. Então a saúde de atenção básica é uma saúde profilática, ou seja, preventiva. Quando você cuida da atenção básica, você evita que aquele cidadão tenha um problema mais sério e vá parar no hospital que é prioritariamente de atenção especializada. Não adianta abrir uma UPA e fechar três postos de saúde do lado”, ataca.
Por fim, JHC propõe que sua gestão não deve focar na criação de novos postos de saúde, mas sim abrir os existentes que permanecem fechados. “É impressionante, onde a gente passa, em todos os bairros, têm postos de saúde fechados”, finaliza.