Ministérios Públicos buscam solução para educação de São Luiz do Quitunde

Gestores municipais e órgãos ministeriais debatem educação básica em município alagoano

Prefeitura de São Luiz do Quitunde

Prefeitura de São Luiz do Quitunde

Picasa John BoumansPrefeitura de São Luiz do Quitunde

Prefeitura de São Luiz do Quitunde

O Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL), juntamente com o Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL) e o Ministério Público de Contas (MPC/AL) reuniram-se com a prefeita do município de São Luiz do Quitunde, Fernanda Maria Silva Cavalcanti de Oliveira, e com o secretário municipal de Educação, Cícero Alberto Ferreira Silva, para tratar da execução do projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc) no município.

Entre outros temas relacionados à educação básica em São Luiz do Quitunde, a reunião teve por objetivo verificar a efetividade dos programas do MEC/FNDE, bem como apurar possíveis irregularidades na aplicação de recursos federais repassados à educação municipal.

A reunião, realizada pela procuradora da República Niedja Kaspary, é mais um esforço do MPF na busca pela garantia do direito à educação básica de qualidade no município. O inquérito civil no. 1.11.000.000379/2014-22 foi instaurado para implantar o projeto MPEduc em São Luiz do Quitunde, a fim de identificar o motivo por que, apesar dos investimentos federais, o índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB) do município está aquém do patamar educacional mínimo aceitável.

E, entre outras ações, acompanhar a execução das políticas públicas estabelecidas pelo MEC/FNDE e a adequada destinação dos recursos públicos, especialmente do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que são repassados ao município.

Na reunião, que aconteceu no dia 12 de junho, na sede da Procuradoria da República em Alagoas, a representante do MPF apresentou o projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc) aos gestores municipais e apontou seus benefícios para a educação básica. O promotor de Justiça Jorge Luiz Bezerra da Silva expôs as dificuldades que tem encontrado para conseguir a efetiva implantação do projeto no município, uma vez é fundamental a parceria com a Prefeitura.

A prefeita garantiu que, desde que assumiu a gestão, em janeiro, tem adotado providências no sentido de melhorar a educação municipal. Pontuou seus esforços em regularizar o salário dos profissionais da educação e na realização de reformas em algumas escolas.

O secretário municipal justificou a redução das verbas do Fundeb para o município com o fato de que alunos de assentamentos limítrofes foram cadastrados em municípios vizinhos, como: Flexeiras e Passo de Camaragibe. Sobre as escolas desses assentamentos, alega o secretário, que o Incra não respondeu aos pedidos de informações formulados pela Prefeitura nos anos de 2014 e 2016.

Explicou ainda que a suspensão do repasse de recursos federais para a merenda escolar se deu por irregularidades na prestação das contas de 2007, mas que a atual gestão já encaminhou a documentação solicitada pelo FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Destacando que, mesmo sem os recursos, os fornecedores – inclusive da agricultura familiar – continuaram executando os contratos, esperando pelo desbloqueio das contas.

Sobre as reformas realizadas em 2017, o gestor da educação municipal assegurou que a documentação está disponível para consulta e que aguarda o comparecimento de membros do CACS-FUNDEB. O secretário apresentou ainda o Plano de Ação para a educação inclusiva, infantil e fundamental 1 e 2.

Por fim, o Município de São Luiz do Quitunde se comprometeu a, num prazo máximo de 30 (trinta) dias: a) apresentar informações sobre reformas das escolas, objeto de Recomendação do MPF, em 2014; b) apresentar relatório das reformas realizadas neste ano, em 11 escolas; c) encaminhar os expedientes enviados ao Incra nos anos de 2014 e 2016, caso seja localizado; d) a assumir, de imediato, os aportes financeiros para fazer frente ao pagamento dos gêneros alimentícios oriundos da agricultura familiar (30%); e) persistindo a suspensão do repasse das verbas federais, deverá o município disponibilizar os meios necessários para evitar a suspensão do fornecimento da merenda escolar na rede municipal.

MPEduc – O MPEduc é um projeto nacional do Ministério Público Brasileiro. Voltado para a educação básica, o projeto, por meio de uma série de ações, visa acompanhar a execução de políticas públicas educacionais e a aplicação de verbas nas escolas. O projeto inclui a visitação nas unidades de ensino, realização de audiências públicas, análise dos conselhos de educação, expedição de recomendações e o esclarecimento da população sobre o direito à educação de qualidade.

Em Alagoas, o Projeto foi implantado em diversos municípios, além de São Luiz do Quitunde: Cacimbinhas, Cajueiro, Maragogi, Monteirópolis, Novo Lino, Piaçabuçu, Santana do Mundaú e Joaquim Gomes. Em comum, eles têm baixa classificação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), e também baixo índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Em função disso foram escolhidos para a implantação do Projeto.

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