Em dezembro, uma mãe confessou ter matado o próprio filho em Cravinhos, interior de São Paulo. Quase seis meses após o crime, o corpo do jovem foi identificado após um exame de DNA. Ele foi encontrado carbonizado em um canavial da região, de acordo com o Estadão.
O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo publicou o laudo na última quinta-feira (13).
O jovem de 19 anos foi assassinado pela mãe, Tatiana Lozano Pereira, com ajuda do padrasto, porque era gay. De acordo com ela, o jovem usava drogas, “levava homens para casa” e ameaçava os familiares de morte.
Tatiana admitiu ter esfaqueado Itaberlly Lozano no dia 29 de dezembro com a ajuda do marido, padrasto do rapaz, que incendiou o corpo em um canavial.
O assassinato chocou a cidade de 34 mil habitantes. O Estadão apurou que uma semana antes do crime, Itaberlly fez um post em seu perfil na rede social em que denunciava a mãe por não aceitar sua homossexualidade.
No texto, que foi recuperado pela polícia, ele escreveu: “Lembrando que essa mulher que eu chamava de mãe me espancou e colocou uma renca de mlk (moleques) atrás de mim para me bater, me pôs para fora de casa e me deu uma pisa (surra), sabe por quê? Porque eu sou gay”.
O casal está preso e o processo segue em segredo de justiça.
Homofobia no Brasil
Levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB) revela que uma pessoa é morta a cada 25 horas por ser lésbica, gay, bissexual, travesti ou transsexual no Brasil.
Em 2016, foram pelos 343 pessoas mortas por crimes de ódio à população LGBT. Este é o maior índice em 37 anos, afirma o GGB.
O grupo ainda alerta para a falta de registros e estatísticas que dificultam o mapeamento da violência conta a população LGBT.