Queda em bolsa dos EUA derruba mercados da Ásia e da Europa

Tóquio fechou em queda de 4,73%. Xangai encerrou em baixa 3,35%.

G1bolsa

O índice Nikkei de Tóquio fechou em queda de 4,73%, aos 21.610,24 pontos. Foi a maior baixa desde novembro de 2016. O Topix, segundo principal indicador, caiu 4,4%, no mesmo momento, para 1.743,41 pontos. O Hong Kong Index, de Hong Kong, também caiu. O índice chegou a recuar mais de 5% – a maior baixa desde agosto de 2015.

As Bolsas de Xangai e Shenzen, na China, também terminaram seus pregões em queda.

Em Xangai, principal bolsa chinesa, fechou em baixa de 3,35%, seguindo as tendências de Tóquio e Wall Street. Shenzhen, a segunda em importância, registrou queda de 4,44%.

Na Índia, o S&P BSE Sensex, o maior da região, fechou em baixa de 1,31%. Também seguiram em baixa: Taixex, Taiwan (- 4,95%); S&P/ASX 200, Austrália (-3,20%); Straits Times, Cingapura (-2,06%) e Kospi, Coreia do Sul (-1,5%).

Bolsas Europeias
Nesta manhã, a maioria das bolsas europeias também iniciou o dia em queda. A Bolsa de Valores de Londres abriu em baixa de 3,44 %. O índice Stoxx 600, que representa ações de companhias de 17 países do bloco, também recuava: 2,8%. O índice DAX, que concentra ações alemãs, caía 3,6%, a maior baixa intradia desde junho de 2016. Na Rússia, a bolsa tinha baixa de 2,1%, a maior desde julho.

Estados Unidos
O mercado de ações anda em queda desde a baixa de 4,6% de segunda-feira da Bolsa de Valores de Nova York, a maior retração diária desde agosto de 2011. O índice Dow Jones Industrial, o principal indicador do mercado, assim como os índices S&P 500 e Nasdaq despencaram uma hora antes do encerramento do pregão.

Dow Jones caiu 4,6%, para 24.345 pontos. S&P 500 recuou 4,10% para 2.648 pontos. Nasdaq caiu 3,78%, para 6.967 pontos.

Eventual alta de juros nos EUA
Os mercados financeiros reagem a uma eventual alta dos juros nos EUA, que afeta negativamente as bolsas de valores.

Na segunda, os títulos públicos americanos com vencimento em 10 anos, os chamados Treasuries, tiveram uma alta de juros e atingiram o maior valor desde janeiro de 2014.

O pessimismo no mercado financeiro americano também influenciou as bolsas internacionais e a cotação do dólar frente às demais moedas. A Bovespa fechou em queda de 2,59%, enquanto o dólar subiu 0,99% frente ao real.

O mercado financeiro internacional reflete ainda os dados divulgados na sexta (2) passada, que mostram que os salários avançaram 2,9% em janeiro, na comparação com o ano anterior, a maior alta em um ano registrada em 9 anos.

Esse número pode indicar que as pressões inflacionárias estão mais fortes nos EUA e influenciar as futuras decisões do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) sobre a taxa de juros americana. Uma eventual alta dos juros influencia negativamente o mercado de ações por 2 motivos:

o investimento em títulos americanos fica mais atrativo quando o juro aumenta, atraindo parte do capital investido em ações;
o custo do crédito fica mais caro para as empresas quando o juro básico sobe.
Segundo o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, existe uma apreensão muito grande entre os investidores sobre o que vai acontecer com uma eventual alta de juros nos Estados Unidos. “O mercado aposta que é melhor ter títulos do Tesouro dos EUA no bolso”, explica.

Ele também aponta para um possível movimento de correção após as bolsas renovarem seguidas máximas. “A combinação de bolsas batendo recordes com volatilidade em baixa não pode se manter por muito tempo”, diz.

Em nota divulgada após o fechamento dos mercados, a Casa Branca afirmou que o foco do presidente Donald Trump são “os fundamentos econômicos a longo prazo, que continuam excepcionalmente fortes, com fortalecimento do crescimento dos Estados Unidos, desemprego historicamente baixo e aumento de salários para trabalhadores americanos”. O comunicado é assinado por Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca.

Virada
A queda na cotação das ações, no entanto, ocorre dias após as bolsas de valores americanas atingirem seu maior patamar, em meio a um otimismo sobre o crescimento da economia do país.

A virada nas bolsas americanas começou na sexta-feira, que foi o pior pregão do mercado de ações nova-iorquino em quase dois anos. O índice Dow Jones terminou com forte baixa de 2,54%.

A crise dos últimos dois pregões, no entanto, não chega perto dos piores dias da história do mercado financeiro. Em 19 de outubro 1987, na chamada “Segunda-feira Negra”, o índice Dow Jones caiu 22,6%, diante de um ataque do Irã a navios petroleiros americanos.

Na bolsa de Nova York, a sessão tinha começado em baixa, mas apresentou alguma recuperação uma hora depois. No entanto, por volta das 13h locais (16h em Brasília), os principais indicadores começaram a despencar.

Fonte: G1

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