Nesta quinta-feira, o Tigres, do México, encara o Bayern de Munique, da Alemanha, na final do Mundial de Clubes da Fifa, às 15h (de Brasília).
Será um duelo de grandes emoções, mas também uma “revanche pessoal” entre o atacante André-Pierre Gignac, do time mexicano, e o goleiro Manuel Neuer, do gigante teutônico.
Os atletas se enfrentaram anteriormente em 13 de novembro 2015, em um amistoso entre as seleções de França e Alemanha, que acabou por ser uma partida insana tanto dentro quanto fora de campo.
Na ocasião, Gignac levou a melhor, marcando o 2º gol dos Bleus e decretando a vitória por 2 a 0 sobre os alemães, no Stade de France – Giroud anotou o tento inaugural.
O artilheiro também aproveitou a ocasião para conquistar de vez o coração dos torcedores do Tigres, clube que havia recém lhe contratado do Olympique de Marselha.
Relembre tudo o que aconteceu naquele dia:
‘LIBRES E LOKOS’
Gignac entrou no 2º tempo do amistoso entre França e Alemanha, que serviu como preparação para a Euro-2016, e usou uma de suas armas mortais para marcar para os donos da casa.
Aos 41 do 2º tempo, ele recebeu cruzamento de Matuidi e testou firme, no ângulo de Neuer, que não teve qualquer chance de defesa.
Na comemoração, ele aproveitou para agradar os torcedores do Tigres e ficar bem com a galera.
Ao se aproximar das câmeras, o matador fez o gesto típico da “Libres y Lokos”, maior torcida organizada da equipe de Monterrey, como pode ser visto na foto abaixo:
Vale ressaltar que os mexicanos já estavam apaixonados por Gignac, que, àquela altura, havia marcado 11 vezes em 14 jogos pelo Tigres após chegar do Olympique.
Depois de fazer o “Libres y Lokos” em pleno Stade de France, porém, o atacante conquistou ainda mais os corações dos fanáticos.
EXPLOSÕES TRÁGICAS
Durante o amistoso, a capital francesa foi palco de vários ataques terroristas simultâneos, com uma explosão acontecendo inclusive ao lado do Stade de France.
Ao todo, foram detonadas bombas em seis locais de grande movimentação de Paris e arredores, resultando em 137 mortes – 416 pessoas ainda ficaram feridas.
Os atentados foram assumidos pelo grupo “Estado Islâmico”, que afirmou que estava apenas respondendo aos bombardeiros executados pelo exército francês na Síria.
Durante o jogo entre França e Alemanha, os barulhos das explosões puderam ser claramente ouvidos dentro do estádio, o que deixou os torcedores em pânico.
Cerca de 2 mil fãs, aliás, correram para dentro do campo e permaneceram no gramado por mais de 30 minutos até a polícia reforçar a segurança fora da arena.
As equipes também tiveram que ficar trancadas nos vestiários até que a polícia permitisse que fossem embora, criando momentos de enorme tensão para os atletas.
O CASO BENZEMA
O amistoso também ficou marcado pelo corte do atacante Karim Benzema, que vivia fase esplendorosa no Real Madrid, mas foi retirado do jogo pelo técnico Didier Deschamps por um motivo grave.
Em 4 de novembro de 2015 (ou seja, nove dias antes do França x Alemanha), o centroavante foi preso pela polícia francesa sob acusação de ter participado de um esquema de chantagem contra o também atacante Mathieu Valbuena, à época jogador do Lyon e colega de seleção de Benzema.
Explica-se: Valbuena recebeu uma ligação anônima de uma pessoa que dizia ter um vídeo do jogador em momentos íntimos (a chamada sex tape), e que iria divulgar tudo se não recebesse dinheiro. Benzema acabou sendo acusado de intermediar o contato e incitado Valbuena a aceitar as condições do chantagista.
Depois, descobriu-se que o criminoso era Karim Zenati, amigo de infância de Benzema.
À época, o atleta do Real Madrid primeiramente foi suspenso dos Bleus, e depois acabou cortado da seleção, recebendo até uma bronca do primeiro-ministro da França, Manuel Valls.
“Um grande atleta tem que liderar pelo exemplo. Se Benzema não é um exemplo, então ele não tem lugar na seleção. Há muitas crianças e jovens em nossos subúrbios que buscam inspiração nos grandes atletas. Quando alguém veste o uniforme azul, as cores da França, tem que dar o exemplo”, cobrou.
Depois disso, Benzema nunca mais foi convocado pela equipe nacional, mesmo com seus ótimos números pelo Real.
Em 7 de janeiro deste ano, a Justiça francesa anunciou que o centroavante será julgado como cúmplice da chantagem.
Sua defesa, comandada pelo advogado Sylvain Cormier, segue clamando que o atleta é inocente e não teve qualquer envolvimento com a situação.