Paulo Roberto: como conversa com Fernando Diniz salvou carreira de campeão brasileiro pelo Corinthians

Agência Corinthians

O Corinthians campeão brasileiro de 2017 tinha vários nomes de destaque, como Cássio, Fagner, Balbuena, Guilherme Arana, Jadson, Rodriguinho, Ángel Romero e Jô. No entanto, aquele elenco também era formado de bons coadjuvantes que, em algum momento da vitoriosa campanha, tiveram participação decisiva para resolver algum jogo mais complicado.

Um deles foi o volante Paulo Roberto, que esteve presente em sete dos 38 jogos do Timão no Brasileiro, atuando tanto no meio-campo como também improvisado na lateral-direita, quando Fagner se lesionou ou foi convocado para a seleção brasileira. Seu grande momento de brilho foi na vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio, em Porto Alegre, que teve Paulo Roberto como grande destaque.

Atualmente com 34 anos e defendendo o Santo André no Campeonato Paulista, o mineiro de Lavras concedeu entrevista ao ESPN.com.br e contou a história de sua vida e carreira, que começou no futsal em meio a uma infância na qual ele ajudava os pais a complementarem a renda.

“Eu sou de uma família bem humilde do interior de Minas Gerais. Trabalhava como cobrador de um postod e gasolina para ajudar. Saía na minha bicicleta de manhã cedo para ir até as casas. Enquanto isso, comecei jogando futsal aos 13 anos. O Cruzeiro tinha uma escolinha, e eu consegui uma bolsa. Através do Alemão, que jogou no Napoli e foi volante do Brasil na Copa do Mundo de 1990, eu fui para o Pão de Açúcar FC, que, na época, tinha uma parceria com o Juventus da Mooca, de São Paulo”, contou o meio-campista.

“Eu terminei as categorias de base no Juventus e subi com o técnico Sérgio Soares. Virei profissional no Campeonato Paulista de 2006. Depois, atuei no Audax e disputei todas as divisões do Paulistão pelo clube. Joguei com caras como Paulinho, Tchê Tchê, Sidão e vários outros. Enquanto eu pertencia ao clube, também fui emprestado para Brasil de Farroupilha, Guarani e Athletico-PR, e tive a chance de disputar a Série A do Brasileirão”, relatou.

Em 2012, quando estava cedido ao clube de Curitiba, Paulo Roberto fez uma grave lesão, e chegou até a pensar em encerrar a carreira.

Uma conversa com o técnico Fernando Diniz, que comandava o Audax, porém, fez com que ele mudasse de ideia.

“Joguei três partidas pelo Athletico-PR e estava bem. Mas aí na semana em que íamos enfrentar o Grêmio, eu rompi todos os ligamentos do tornozelo. Fiz duas cirurgias e passei um ano e quatro meses parado. Nesse intervalo, eu pensar em parar com o futebol, porque não sabia para onde minha carreira ia… Para falar a verdade, eu não sabia nem se ia conseguir jogar mais”, lembrou.

“Quando me recuperei clinicamente, voltei ao Audax. O Fernando Diniz chegou, em 2013, e mudou minha carreira. Ele me chamou para conversar e disse que acompanhava a minha carreira, porque eu tinha jogado contra os times dele algumas vezes. E ele, logo de cara, me colocou em um patamar que eu não esperava”, rememorou.

“Ele me disse: ‘Paulo, você tem tudo para chegar na seleção brasileira. Para mim, você é o cara que vai me ajudar muito, e sua carreira daqui para frente será muito boa. Eu preciso que você me ajude e eu vou te ajudar também’. A partir dessa conversa, ele expôs algo que não entrava na minha cabeça”, emocionou-se.

“Depois disso, eu comecei a treinar forte, mas ainda sentia muitas dores no tornozelo. O Diniz, por sua vez, estava sempre me incentivando e dando forças. Aos poucos, as dores começarama a diminuir, e, na nossa primeira campanha juntos, conseguimos o acesso na Série A2 do Paulista”, completou.

Depois disso, a carreira de Paulo Roberto deslanchou.

“Depois do Audax, joguei na Ponte Preta, no Figueirense, no Bahia e no Sport. Estava atuando num nível muito bom, voltei a jogar bem como era antes da cirurgia no tornozelo. O Corinthians viu e me contratou na virada de 2016 para 2017. Eles já tinham inclusive tentado me levar outras duas vezes, quando eu estava no Guarani e no Athletico-PR, mas não deu certo na época”, revelou.

Na passagem pelo Timão, o volante foi campeão do Paulista e do Brasileiro, como ele também lembrou em entrevista à reportagem em 19 de março.

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