O meio político reagiu às falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante as manifestações pró e contra o governo que acontecem neste 7 de Setembro em diversas capitais.
Durante seu primeiro discurso em Brasília, Bolsonaro não citou nominalmente nenhum dos ministros do Supremo, mas afirmou que quem age fora da Constituição “deve ser enquadrado” ou “pedir para sair”.
Em São Paulo, Bolsonaro foi ainda mais incisivo e acrescentou que “só Deus” o tira de Brasília e que ele nunca será preso.
O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente, também se manifestou nas redes sociais. Ele esteve com o presidente em cima do carro de som em Brasília e afirmou que aqueles que adotam a narrativa de “‘atos antidemocráticos’ ou que milhões de brasileiros estão nas ruas hoje apenas por causa do presidente Bolsonaro vivem em outra dimensão”.
Segundo ele, aqueles que adotam tal postura “se recusam a perceber a insatisfação da população ante atos antidemocráticos de um único ministro do STF”.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também se manifestou pelas redes sociais sobre os atos desta terça-feira (7).
“Não podemos tolerar retrocessos. Que o Estado Democrático de Direito e os valores da liberdade sempre prevaleçam sobre o autoritarismo p/ o Brasil voltar a crescer, gerar empregos e diminuir as diferenças sociais. Viva a independência”, escreveu.
Em publicação no Twitter, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), cobrou ações do presidente Jair Bolsonaro após participações em manifestações. “Presidente, o que o senhor tem a dizer sobre 14,8 milhões de desempregados, 19 milhões com fome, gás acima de 100 reais, gasolina acima de 7, juros de dois dígitos e PIBinho?”, disse o deputado.
A ex-candidata à Presidência da República, Marina Silva (Rede-AC), afirmou que Bolsonaro fez ameaças aos ministros do Supremo “e ao mesmo tempo afirmou que age em nome do ‘respeito à Constituição’.
“Definitivamente, não entende de democracia. Entende de golpes. Respeito à Constituição e Bolsonaro não combinam”, escreveu Marina.
O ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, fez diversas postagens favoráveis aos atos nas redes sociais. “O que mais incomoda o pessoal da narrativa é que Jair Bolsonaro é um líder popular de verdade, que fala a verdade”, escreveu.
O senador Marcos Rogério (DEM-RO), vice-líder do governo, se manifestou nas redes sociais. Ele esteve ao lado de Bolsonaro durante sobrevoo em Brasília e afirmou que o este “7 de Setembro vai entrar para a história”.
O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, também se manifestou pelo Twitter. “Quem pensa que Bolsonaro deu demonstração de força se engana totalmente. Está isolado da população, da comunidade internacional, das elites econômicas, dos meios de comunicação, das classes médias. Não vai dar o golpe que pretende pois terá resistência”, disse o senador.
O deputado federal Baleia Rossi, presidente do MDB, afirmou em rede social que considera inaceitáveis ataques a qualquer um dos poderes constituídos. “Sempre defendo a harmonia e o diálogo. Contudo, não podemos fechar os olhos para quem quem afronta a Constituição. E ela própria tem os remédios contra tais ataques”, disse.
Em vídeo publicado no Twitter, o senador Fernando Collor (PROS-AL) manifestou apoio ao presidente Jair Bolsonaro e pediu para que a população mantenha o otimismo. “Nós todos estamos unidos para fazer deste Brasil um país cada vez mais forte. Vamos manter o nosso otimismo, vamos manter as nossas esperanças e vamos manter a nossa fé de que o Brasil será um país dos nossos sonhos”, disse Collor.
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) afirmou que é necessário refletir sobre os impactos das manifestações. “Participei em Brasília do gigante ato neste 7/9, no qual milhares clamaram por liberdade. Agora, é preciso refletir sobre o impacto das manifestações. Amanhã cedo tratarei no Senado de ações q atendam aos legítimos anseios do povo, pelo bem da democracia”, disse.