Um negro é morto pela polícia a cada quatro horas, aponta levantamento

Rovena Rosa/Agência Brasil

Em pelo menos seis estados brasileiros, uma pessoa negra é morta em ações policiais a cada quatro horas. É o que aponta o estudo da Rede de Observatórios da Segurança, intitulado ‘Pele alvo: a cor da violência policial’, que foi divulgado nesta terça-feira (14), com dados obtidos via Lei de Acesso à Informação.

A pesquisa detalha a situação de cada região do Brasil. Foram 2.653 mortes provocadas pela polícia, sendo 82,7% delas de pessoas negras.

Entre os estados do país, o Rio de Janeiro é o que mais apresenta homicídios de pessoas negras, em números absolutos, durante ações policiais, com 939 registros entre os 1092 mortos que tiveram a cor informada. São Paulo, estado mais populoso do país, apresenta o segundo maior número de assassinatos de pessoas negras.

Já o estado da Bahia, além de ser o terceiro que mais registrou homicídios de negros por policiais, em números absolutos, aparece como a região do Brasil com o maior percentual de pessoas negras mortas em ações policiais, com 98%.

A cidade em que mais pessoas negras morrem em ações policiais no Brasil fica no estado baiano, é Santo Antônio de Jesus, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

“Isso reflete uma persistente e aprofundada desigualdade na estrutura social brasileira, em que sistematicamente pretos são mortos com mais frequência que os brancos. Isso vem desde a escravidão, não é de hoje que esse padrão se repete. E se caso nada for feito, vamos permanecer com essa estatística”, enfatiza o cientista político e doutor em direito, Geraldo Tadeu.

Os estados do Ceará, Piauí e Pernambuco completam a lista das unidades da federação onde os agentes de segurança matam um negro a cada quatro horas. No Ceará, negros tem sete vezes mais chances de serem assassinados do que pessoas de pessoas brancas.

No Piauí, 91% das vítimas da violência letal da polícia no estado são negras. Por fim, em Pernambuco, as mortes por intervenção policial mais que dobraram (53%) em todo o estado e aumentou também a proporção de negros mortos nessas ações que chega a 97%.

Fonte: CNN Brasil

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