Se você fosse mudar de país, o que você levaria na bagagem? Os cariocas Fernanda Portugal, 50 anos, e Flávio Pessoa, 53, e o filho Arthur, 14, empacotaram a vida em uma mala, um caixote, uma mala de mão e uma mochila cada um rumo às Cataratas do Niágara, no lado canadense. Roupas de frio, por exemplo, serão compradas lá. Da...
Se você fosse mudar de país, o que você levaria na bagagem? Os cariocas Fernanda Portugal, 50 anos, e Flávio Pessoa, 53, e o filho Arthur, 14, empacotaram a vida em uma mala, um caixote, uma mala de mão e uma mochila cada um rumo às Cataratas do Niágara, no lado canadense.
Roupas de frio, por exemplo, serão compradas lá. Da estante cheia de livros, Fernanda escolheu cinco títulos, como “Toda Poesia”, de Paulo Leminski. “Eu tinha centenas. Fiquei superfeliz de doar a imensa maioria. Algumas dezenas deixei na casa dos meus pais”, disse.
O casal de jornalistas e o estudante embarcaram na última quarta-feira (15), testaram negativo para a Covid e já foram conhecer o ponto turístico. Eles vão contar tudo o que vai rolar no Canadá nos perfis “Cataratas no Barril” no YouTube e no Instagram.
O desapego e muitos cálculos deram certo: os seis volumes despachados — e levados em dois táxis Doblòs — não ultrapassaram a cota de 23 kg por unidade.
Como foi o processo
Em abril, mesmo com as fronteiras fechadas por causa da Covid, Fernanda deu entrada na imigração canadense. Ela havia sido aprovada no Niagara College para cursar negócios do turismo, o que lhe permitiria pleitear um visto de estudo e de trabalho para a família toda.
A resposta positiva veio somente em agosto. Como tanto a aprovação na faculdade quanto a aceitação da imigração não tinham ajuda de custo, eles tiveram de juntar as economias e vender móveis e utensílios — e precisarão procurar emprego por lá.
“Eu vou fazer esse curso de dois anos, meu marido trabalhando, e meu filho, estudando na high school [o equivalente ao ensino médio]. Ao fim desses dois anos, a gente tem direito de renovar o visto por três anos — e eu não preciso mais estudar”, descreveu Fernanda.
Se tudo correr bem, eles podem pedir o visto permanente.
Casa no porão e muito frio
Os três estão morando a poucos quilômetros do parque das cataratas, em um apartamento no subsolo. “É uma casa. Mas tão espaçosa que fizeram duas unidades no porão”, contou Fernanda.
Os cariocas já pegaram a primeira nevasca e temperaturas abaixo de zero. “Foi uma nevezinha consistente de manhã. Dois negativos”, contou.
“Outro dia eu vi um tutorial do college de como andar no gelo. Porque na neve é mole. No gelo é que é difícil, porque é liso e escorrega”, destacou Fernanda.
“Tem que colocar os pés virados para fora e meio que abrir os braços para dar equilíbrio. Tem que usar luvas, para não precisar colocar as mãos nos bolsos. E carregar as coisas em mochila. E aí, andar como um pinguim. Inclusive o tutorial se chamava ‘Walk like a penguin’”, detalhou.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento.
OkPolítica de privacidade