Tiro que matou lutador em São Gonçalo partiu de um PM, diz Polícia Civil após reconstituição

Vítor Reis, de 19 anos, morreu após levar um tiro nas costas no último dia 29, quando estava com amigos. Investigadores tentam entender a dinâmica para esclarecer as circunstâncias do disparo.

Reprodução

Vitor Reis, lutador morto a tiros

A Policia Civil diz não ter dúvidas de que o tiro que atingiu o lutador Vitor Reis de Amorim, de 19 anos, em São Gonçalo, no dia 29 de dezembro, partiu da arma de um policial militar. A informação foi confirmada à TV Globo pelo delegado titular da delegacia de Neves, Leonardo Macharet.

Segundo ele, os investigadores agora tentam entender a dinâmica do que aconteceu na comunidade para elucidar as circunstâncias do disparo. A princípio, os agentes não veem a necessidade de acareação entre os policiais envolvidos e testemunhas do crime.

Ainda de acordo com o delegado, o laudo aponta que o tiro atingiu a parte direita do corpo de Vitor, inclinado de baixo para cima, porque ele estaria em uma laje. A versão bate com o que foi explicado pelos policiais militares no dia da morte.

Nesta quarta (5), a Polícia Civil fez a reprodução simulada do assassinato de Vitor. Ele morreu durante uma ação da Polícia Militar na semana passada na comunidade da Jaqueira, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.

Lutador de muay thai, ele estava em um bar com amigos quando foi atingido por um tiro nas costas.

Os investigadores buscavam determinar se o lutador foi vítima de uma troca de tiros entre PMs e bandidos ou se apenas os militares, como afirmam parentes do jovem e testemunhas do caso.

Vítor tinha 19 anos e era lutador de muay thai — Foto: Reprodução/TV Globo Vítor tinha 19 anos e era lutador de muay thai — Foto: Reprodução/TV Globo

O caso aconteceu na tarde de 29 de dezembro. Os quatro policiais militares que estavam na diligência foram intimados a participar dessa reconstituição. O corregedor da PM e o comandante do 7º BPM (São Gonçalo) confirmaram presença.

Segundo a Polícia Civil, mesmo avisado desde a semana passada sobre o procedimento, o Ministério Público não compareceu.

Na 73ª DP (Neves), nenhuma testemunha foi ouvida até o momento. Apenas os quatro PMs prestaram depoimento e mantiveram a versão de confronto com bandidos. Eles também disseram que a cena do crime foi alterada.

Agora, os investigadores querem ouvir o dono do bar e os amigos de Vítor, além de outras testemunhas. No último sábdo (1º), uma testemunha disse ter visto o momento no qual Vítor foi atingido.

“Um só. Só foi um tiro, um único tiro. Não teve mais de um tiro, não teve. Foi um tiro que o policial deu. Porque eu vi a hora que ele deu o tiro. Ele se assustou, como eu me assustei, também. Corri como as outras pessoas demais, que estavam na rua e também correram”.

O Bom Dia Rio entrou em contato com o Ministério Público do Rio de Janeiro para saber o motivo da ausência na reconstituição.

Por meio de nota, a instituição informou que abriu uma investigação independente sobre o caso. A Promotoria também afirmou que mantém contato com o pai da vítima.

Fonte: g1

Veja Mais

Deixe um comentário