Uma disputa entre grupos criminosos rivais foi a motivação do assassinato do MC Boco do Borel, morto a tiros no dia 26 de dezembro de 2021, afirmou a Polícia Civil nesta segunda (7). De acordo com os delegados responsáveis pelo caso, o chefe de um grupo criminoso ordenou que a morte ocorresse quando o cantor subisse no palco e começasse o show.
“A ordem foi de um líder do grupo, que determinou o exato momento que queria que a vítima fosse executada, em cima do palco, no momento em que a vítima começasse sua apresentação artística. Uma forma de barbarizar, uma demonstração de poder de uma organização criminosa frente a outra”, disse o delegado Marcos de Castro.
Nesta segunda-feira (7), a Polícia Civil divulgou a prisão do homem suspeito de ter executado o cantor, um dos precursores do brega funk em Pernambuco. O nome do preso não foi divulgado. Esse homem teria cumprido a ordem dada pelo chefe.
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Delegados Cláudio Neto, Morgana Alves e Marcos de Castro detalham investigação sobre morte de MC Boco, nesta segunda-feira (7), no Recife — Foto: Pedro Alves/g1Segundo o delegado Cláudio Neto, um dos responsáveis pelas investigações, o cantor teria sido morto porque um grupo criminoso que atua na área pensou que ele, Boco, participava de uma quadrilha rival.
“A gente não está aqui afirmando que Boco fazia parte de qualquer organização criminosa ou que estivesse envolvido na prática de crimes, a gente não pode afirmar isso, mas a ordem partiu por eles acreditarem que Boco estaria fazendo parte de um grupo rival”, afirmou o delegado Claudio Neto.
Em junho de 2020, Boco foi detido com mais três homens por estar com 670 gramas de derivado de pasta base de cocaína. Ele ficou preso preventivamente até outubro de 2021. Na época, a assessoria do cantor negou o envolvimento do artista e afirmou que ele estava “no local errado na hora errada”.
Segundo a polícia, não se pode afirmar que o assassinato tenha a ver com a prática de crimes pelo cantor de brega funk.
Prisão de suspeito
O nome do homem suspeito de matar o MC não foi divulgado, mas a Polícia Civil informou que ele tem 26 anos e passagem pelo sistema prisional pelos crimes de roubo e homicídio. Ele estava preso até novembro de 2021 e foi solto pouco tempo antes do assassinato.
A prisão dele aconteceu na saída de uma festa em Porto de Galinhas, no Litoral Sul, na madrugada do domingo (6). Ao ser abordado pelos policiais, ele jogou o celular no chão, tentando quebrar o aparelho para tentar impedir a realização de perícias pela Polícia Civil.
O homem, que é natural de Escada, na Zona da Mata, foi conduzido para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife.
O delegado Marcos de Castro foi o responsável pela prisão. Segundo ele, os policiais acompanhavam o suspeito do crime há mais de um mês, tentando prendê-lo. “Ele não tinha nenhuma rixa pessoal, nenhuma motivação pessoal para a prática desse delito”, afirmou.
Os investigadores afirmaram que o homem preso se manteve em silêncio durante os questionamentos dos policiais. A identidade do chefe criminoso não foi divulgada e ele ainda não foi preso, segundo a polícia.
