Acusada de planejar morte do marido para sacar R$ 725 mil de seguro vai a júri popular em Ribeirão Preto, SP

Julgamento de Ana Claudia Batista tem início marcado para as 10h desta segunda-feira (14) com 8 testemunhas. Em 2018, o empresário Leandro Henrique Batista, de 35 anos, foi morto a tiros no Jardim Monte Carlo.

A Justiça de Ribeirão Preto (SP) realiza nesta segunda-feira (14) o júri popular de Ana Claudia Batista, acusada de planejar a morte do marido, o empresário Leandro Henrique Batista, de 35 anos, para ficar com R$ 725 mil do seguro de vida.

Valdinei Malaguti/EPTV

Ana Claudia Batista se apresentou à Polícia Civil em Ribeirão Preto, SP

Ana Claudia responde pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e permanece presa há dois anos e oito meses, desde que se apresentou à Polícia Civil. Atualmente, ela está no Centro de Ressocialização Feminino de São José do Rio Preto (SP).

O Ministério Público a acusa de ter oferecido R$ 80 mil ao responsável por matar Batista, que foi baleado em fevereiro de 2018 na porta de uma casa no Jardim Monte Carlo. A vítima tinha ido ao local para se encontrar com uma pessoa que se dizia interessada em alugar o imóvel.

Acusado de ser o executor dos tiros, Eder da Silva Rezende está preso, mas por suspeita de outro crime. Como o processo foi desmembrado, o julgamento dele na morte do empresário de Ribeirão Preto ainda não foi marcado.

Advogado de defesa de Ana Claudia, Daniel Rondi afirma que há dúvidas sobre a participação dela, bem como cita o fato de a Polícia Civil ter trabalhado com linhas de investigação diferentes – além do homicídio mediante pagamento, a hipótese de latrocínio, que é roubo seguido de morte, e crime passional.

“É uma dúvida que, pelo fato de ela ter uma apólice de seguro, a joga como uma suspeita. (…) A própria polícia fala que não tem prova cabal de que foi ela, mas tem dúvida. Não se pode prender por causa de dúvida”, diz.

O empresário Leandro Batista, morto em Ribeirão Preto (SP) — Foto: Reprodução/EPTV

O empresário Leandro Batista, morto em Ribeirão Preto (SP) — Foto: Reprodução/EPTV

Tribunal do júri

O julgamento em Ribeirão Preto está confirmado para começar às 10h e tem expectativa de se estender por até dois dias.

O júri desta segunda-feira deve contar com oito testemunhas, sendo três da acusação, três da defesa e dois policiais civis que serão ouvidos pelos dois lados. Após os depoimentos, será a vez de a ré ser interrogada, antes do debate entre defesa e acusação.

De 25 jurados pré-selecionados, sete serão sorteados para compor o conselho de sentença, que deve dar o veredicto final.

Inicialmente, o júri estava previsto para março de 2021, mediante interrogatório virtual da acusada, por conta da pandemia, mas a defesa recorreu para que ela participasse presencialmente, e a nova data foi marcada.

O crime

Vizinhos disseram ter visto Batista chegar de carro à residência, no Jardim Monte Carlo, que estava vazia, mas não viram nenhum suspeito no local. O empresário morava em Dumont (SP) com Ana Claudia e os cinco filhos, e tinha um salão de beleza em Ribeirão Preto.

Uma testemunha contou que chegou a ouvir um barulho, mas que desconfiou só depois de ver que o portão da casa ficou aberto por muito tempo. Foi ela quem encontrou a vítima no quintal e chamou a polícia. Ele foi baleado no tórax e na cabeça, e morreu no local.

A viúva do empresário afirmou na época que desconhecia as razões do crime e que o marido havia saído de casa após receber um telefonema de um interessado em alugar a casa.

Em julho de 2019, um mês depois de ser alvo de um mandado de prisão preventiva, ela se apresentou à Polícia Civil e foi presa.

O processo de instrução penal foi concluído em novembro daquele ano e a pronúncia, que determinou a realização do júri, saiu em abril de 2020. Em meio aos impactos da pandemia da Covid-19 e à apresentação de recursos, a sessão somente foi confirmada para esta segunda-feira.

Fonte: g1

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