Uma crítica feita pelo pároco de Macaparana, na Zona da Mata de Pernambuco, Christiano de Souza, na missa do domingo (3), foi registrada em vídeo e viralizou na internet, nesta quinta (7). O padre condenou as festas de carnaval na Semana Santa. “É coisa do diabo, é coisa do cão”, diz.
Durante a celebração religiosa, o padre responsabilizou os governantes pela liberação de eventos na época da “Paixão de Cristo”.
Em Pernambuco, não haverá festas públicas no período, segundo o governo. Estão programados shows e eventos da iniciativa privada.
Em entrevista ao g1, o padre negou que queira que os eventos sejam proibidos, mas pediu que os gestores fizessem um “melhor gerenciamento” entre a festa e o calendário religioso.
“Vivemos em um país plural e essa pluralidade se reflete na valoração de cada fenômeno religioso. Sei que nem todos são católicos, mas, já que está fora de época, creio que seria mais prudente ter escolhido outra data”, afirmou, sobre a realização de festas de carnaval.
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Crítica sobre festas de carnaval feita pelo pároco de Macaparana, Christiano de Souza — Foto: Reprodução/FacebookA cada ano, os dias em que se comemoram o carnaval mudam, dependendo da data estabelecida pela Igreja Católica para a Páscoa a partir da mudança das estações e do calendário lunar.
No entanto, por causa da pandemia da Covid-19, a festa popular foi cancelada em Pernambuco em 2021 e em 2022.
Com flexibilização do plano de convivência com a Covid-19 e a liberação das festas privadas com 100% da capacidade, alguns eventos que seriam realizados no carnaval foram remarcados para o período da Semana Santa.
Diante da polêmica sobre a realização de um carnaval fora de época durante a Semana Santa, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, informou, por nota, que procurou o governador Paulo Câmara (PSB) e que recebeu dele a resposta de que Pernambuco “não iria patrocinar nenhuma manifestação carnavalesca neste período”.
“Naturalmente, como cristãos, por um lado, repudiamos esses eventos da iniciativa privada neste período santo e apelamos para que pessoas de fé não prestigiem esses festejos. Por outro lado, respeitamos a liberdade dos que pensam diferente e não têm escrúpulo em ferir os sentimentos das pessoas de fé”, afirmou o arcebispo.
