Salvador – A mãe da jovem Kezia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, morta após ser baleada dentro do apartamento do namorado, que é advogado, em Salvador, Darlete Alves da Silva pede justiça. O crime completou um ano na segunda-feira (17) e José Luiz de Brito Meira Júnior, que está solto, vai a júri popular, que não teve data marcada.
“Tirou a vida da minha filha e se encontra solto hoje. Eu estou arrasada, não estou bem, sei que é difícil porque se fosse ela que tivesse feito algo com ele, ela já estava apodrecendo na cadeia”, disse Darlete Alves da Silva.
Depois de atirar conta a vítima, no bairro do Rio Vermelho, na capital baiana, José Luiz levou o corpo dela, já sem vida, para o Hospital Geral do Estado (HGE), e fugiu em seguida. O advogado foi encontrado horas depois na casa de familiares, pela PM.
José Luiz chegou a cumprir prisão preventiva em uma sala especial no Batalhão de Choque da Polícia Militar. No entanto, a Justiça suspendeu a prisão do advogado em setembro deste ano.
“Tem um ano que ela morreu, eu não tenho mais saúde, não sou a mesma mulher. Não tem um dia que eu não choro lembrando dela, eu não sou a mesma pessoa, estou precisando ir para o médico para sobreviver”, afirmou a mãe de Kezia Stefany.
Darlete da Silva contou que após a morte da filha, ela sente como se se não estivesse mais viva.
“Minha mãe faleceu depois da morte da Kezia, ela ficou doente e acabou falecendo tem um mês. Ele tirou três vidas, porque estou viva aqui, mas estou morta por dentro”, afirmou.
Crime
Kezia Stefany e José Luiz mantinham um relacionamento de dois anos. Horas antes de ser morta, a jovem chegou a postar um vídeo tomando bebida em uma piscina, nas redes sociais. Nas imagens é possível ver que ela estava em uma casa de frente para o mar.
Na denúncia oferecida pelo MP-BA, a promotoria destacou que os peritos não detectaram “resíduos de disparo de arma de fogo nas mãos direita e esquerda da vítima”.
Essa informação contraria a versão de José Luiz, de que Kézia Ribeiro estaria em posse da pistola semiautomática no momento do disparo. Ele foi denunciado por feminicídio, em contexto de violência doméstica.
A promotoria também apontou que os atos violentos já haviam sido cometidos anteriormente por José Luiz contra a namorada, e que por isso, ela estaria decidida a romper o relacionamento.
No dia do crime, de acordo com as investigações policiais, os dois teriam brigado por conta de “desentendimento acerca do uso recreativo de entorpecente”, o que teria levado o advogado a disparar a arma, configurando, segundo a denúncia, o motivo fútil.