Cabo da PM que matou mulher a tiros na frente da filha vai a julgamento

Alagoas24horas/Arquivo

Cabo Ivan, quando chegava para prestar depoimento

Está sendo julgado nesta terça-feira (25) o cabo da Polícia Militar, Ivan Augusto dos Santos Junior, que matou a tiros a própria esposa, Expedita da Silva, dentro do apartamento em que moravam, no bairro do Sítio São Jorge, em 2018. O crime foi cometido na frente da filha mais nova do casal.

A sessão do júri começou ainda de manhã e tem previsão de só acabar a noite. Na audiência testemunhas serão ouvidas, o acusado será interrogado, depois terão início os debates, para só aí uma sentença ser dada.

A primeira pessoa a ser ouvida foi a filha mais velha do casal que confirmou que o pai estava sempre estressado, era uma pessoa violenta e que as brigas entre eles eram comuns.

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Em entrevista à TVPontaVerde, a irmã da vítima, Ivoneide da Silva, relatou o que a sobrinha contou sobre o dia do crime.

Reprodução

Expedita da Silva

Segundo a versão contada, a mulher estaria sentada à mesa quando o marido chegou e mais uma briga se iniciou por conta de ciúmes. Decidida a ir embora, ela foi até o quarto do casal e começou a recolher suas coisas enquanto pediu para que a filha, que estava no outro quarto, fizesse o mesmo.

Na tentativa de impedir que a filha fosse levada, o PM atirou contra a mulher e continuou atirando um total de dez vezes, mesmo com a filha – que correu em defesa da mãe – pedir para que ele parasse. Após o cometimento do crime, ele teria saído do apartamento gritando que teria matado a esposa.

Filha tentou impedir que pai policial disparasse contra a mãe

O promotor de Justiça espera condenação máxima pelo crime de feminicídio. Já a defesa tentará reduzir a pena ao máximo.

O cabo PM Ivan Augusto foi denunciado com base na Constituição Federal, artigo 129,I, do Código de Processo Penal, e pelo artigo 121, § 2º, incisos II, IV e VI, por motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima , contra a mulher por razões da condição de ser do sexo feminino e também no § 7º, inciso III, na presença de uma criança.

Conforme a denúncia, o crime foi passional, hediondo, e a autoria está comprovada mediante depoimentos de familiares, outras testemunhas, e da confissão do próprio denunciando.

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O caso

Na tarde do dia 19 de janeiro de 2018, o cabo Pm Ivan Augusto dos Santos Júnior, 43, por motivos de ciúmes, entrou em discussão com a esposa Expedita da Silva, com quem era casado há 20 anos. Descontrolado, após a vítima insinuar que iria embora com a filha do casal, o militar pegou uma arma de fogo e deflagrou vários tiros contra Expedita.

A filha do casal, de apenas 13 anos, correu para o quarto e presenciou a mãe caída em cima da cama e o pai mirando os disparos na sua cabeça.

Expedita ainda foi socorrida e levada para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde faleceu alguns dias após.

Em 2019, o militar foi indiciado em novo inquérito, desta vez por tentar matar a filha, então com 18 anos, Luana Cristina Silva Santos, jogando o veículo contra eles, em agosto de 2017.

O militar ainda responde por maus-tratos contra uma filha menor, de apenas 13 anos, que assistiu o atentado contra a mãe, ocorrido em 19 de janeiro de 2018.

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