Por que Brasil, seleção ‘mais cansada’ da Copa, não fez amistoso como Argentina, Espanha e outras favoritas?

A Argentina goleou os Emirados Árabes, e a Alemanha venceu Omã, na quarta-feira (16), nos últimos compromissos das duas seleções antes da Copa do Mundo. Nesta quinta, é a vez da Espanha enfrentar a Jordânia, e Portugal, a Nigéria. Na sexta, ainda jogam a Bélgica e também a Sérvia, primeira rival do Brasil no Qatar.

A seleção comandada por Tite, no entanto, é uma das poucas apontadas como favoritas no Mundial que preferiu não fazer qualquer partida nessa reta final de preparação. O plano dos pentacampeões foi de fazer um período de concentração em Turim, na Itália, no Complexo da Juventus, mas apenas com treinamentos.

Na quarta-feira (16), a FIFPRO (Federação Internacional de Jogadores Profissionais) divulgou um estudo sobre o nível de desgaste dos atletas de cada seleção que estará na Copa do Mundo. O Brasil aparece como uma das mais “cansadas”, e o motivo para a comissão técnica ter optado por não fazer um último amistoso passa diretamente por isso.

O planejamento verde e amarelo foi para que os jogadores usassem os primeiros dias em Turim para se reequilibrarem fisicamente e só nesta quarta passassem a trabalhar com mais intensidade. É que neste começo de temporada europeu – e também no ano brasileiro – os períodos de descanso foram raros, como mostram os dados da FIFPRO.

Segundo o relatório, por exemplo, o Brasil acumula ao lado de Portugal mais de 30 mil minutos jogados pelos jogadores de seu elenco entre agosto e outubro de 2022. A seleção de Tite é aquela também que tem a maior marca em termos de minutos acumulados em partidas que foram disputadas sem que os jogadores tivessem o tempo de descanso ideal.

Para a FIFPRO, esses jogos são considerados aqueles que acontecem sem que o atleta possa ter tido cinco dias de tempo de recuperação para poder voltar a campo. Vinicius Jr., uma das estrelas do Brasil, é citado como exemplo nesse quesito: 72% dos minutos que ele somou na temporada foram nessa situação em que o risco de lesão é mais alto.

“Jogadores de ponta pelo mundo têm sido forçados a ultrapassar os limites aceitáveis. Essa carga insustentável continua afetando o físico e o psicológico dos jogadores, além de colocar suas performances e a longevidade de suas carreiras no futuro em risco”, escreve o relatório, no trecho no qual o jovem do Real Madrid é destacado.

Entre os 26 convocados do Brasil para a Copa, por exemplo, Antony, Richarlison e Lucas Paquetá se recuperaram de lesões recentes. O zagueiro Marquinhos ainda não conseguiu fazer um trabalho completo em Turim, após ter sido desfalque do último compromisso com o PSG por “desgaste muscular”. Danilo e Bremer, que jogaram na noite de domingo, também precisaram ser preservados na seleção com trabalhos específicos.

É por isso que o preparador Fábio Mahseredjian havia adiantado que usaria a segunda e terça-feira depois da apresentação de todo grupo na Itália para deixá-los “limpos”. O plano era equilibrar a condição física para que aí sim todos pudessem trabalhar com Tite. Com mais um amistoso, esse planejamento seria todo alterado.

Na quarta, por exemplo, assim como deve acontecer nesta quinta e sexta-feira, o Brasil trabalhou de forma bastante intensa, mesmo sem ter um adversário e o clima de jogo. Tite e sua comissão técnica, inclusive, fizeram atividade toda voltada para a forma como a Sérvia pode trazer perigos à seleção na estreia na Copa na próxima quinta-feira (dia 24).

Embora também esteja entre as seleções que chegam com os jogadores mais desgastados ao Qatar pelo calendário, Portugal apostou em um planejamento diferente e entrará em campo nesta quinta-feira, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, às 15h45 (horário de Brasília). Cristiano Ronaldo, porém, já será desfalque, por uma gastroenterite.

Já a França, atual campeã do mundo, fará como o Brasil, sem um amistoso final antes da estreia no Mundial. O time já foi bastante desfalcado por lesões e não terá no Qatar Paul Pogba, N’golo Kanté, Presnel Kimpembe e mais recentemente perdeu Christopher Nkunku.

Fonte: ESPN

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