Condenado por tentativa de homicídio contra judeus e suspeito de matar casal: quem são 2 dos 8 presos em reunião neonazista em SC

Gaúcho e paranaense estavam em Santa Catarina para um encontro anual de neonazismo. O g1 não localizou a defesa dos presos.

Dois dos presos por integrar uma celula neonazista interestadual em Santa Catarina já tinham antecedentes criminais. Segundo a Polícia Civil, um deles atacou um grupo de judeus e foi condenado por tentativa de homicídio, já o segundo é condenado por duplo homicídio e usava tornozeleira eletrônica no momento da prisão. O g1 SC não localizou os advogados da dupla até a última atualização desta matéria.

Montagem g1 / Reprodução

Laureano Vieira Toscani e João Guilherme Correa

A prisão aconteceu na segunda-feira (14) em uma operação sigilosa da Polícia Civil em São Pedro de Alcântara. Segundo a polícia, em um sítio na cidade ocorria uma reunião anual da célula neonazista que foi rastreada pela investigação. No local, foram presos os dois homens com ficha criminal e outras seis pessoas que estavam no local.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados, mas a apuração do g1 apurou que entre os presos estão Laureano Vieira Toscani, do Rio Grande do Sul, e João Guilherme Correa, do Paraná.

Oito pessoas são presas após polícia acabar com encontro de neonazistas em sítio de SC

Laureano é analista de TI e tem quase duas décadas de participação em grupos extremistas. Ele foi condenado a 13 anos de prisão em regime fechado após espancar, junto com outros homens, três pessoas que usavam quipás – pequeno chapéu usado por judeus.

Em 2009, Laureano foi preso por outra tentativa de homicídio motivada por racismo. Ele estava em um grupo que esfaqueou um segurança. O caso ainda não foi julgado e, segundo o advogado de defesa Jabs Paim Bandeira, o réu foi preso por engano na ocasião, durante uma confusão entre outros envolvidos e o segurança.

Laureano está em regime aberto, mas é monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele usava o equipamento no momento da prisão.

João Guilherme Correa é personal trainer no Paraná, tem acusações pela participação em um duplo homicídio que vitimou um casal em 2009, na região metropolitana de Curitiba.

Célula nazista interestadual foi alvo de operação em SC — Foto: Polícia Civil/DivulgaçãoCélula nazista interestadual foi alvo de operação em SC — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Dos seis integrantes que estavam com a dupla em um sítio na cidade três são gaúchos, um é mineiro, outro é catarinense e há ainda um português que vive no Brasil.

Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que também acompanha o caso por meio de uma promotoria especializada no estado, o grupo age com forte exaltação à ideologia fascista e apologia ao nazismo. Detidos em flagrante, eles tiveram a prisão convertida em preventiva e respondem por associação criminosa e racismo.

De acordo com as investigações, os criminosos teriam escolhido o município catarinense por ser a primeira colônia alemã do estado, instalada em 1829. No sítio, foram encontradas revistas, panfletos e outros objetos com símbolos de grupos supremacistas.

É crime

A lei número 7.716/1989 define os crimes resultantes de preconceito. No parágrafo primeiro do artigo 20, ela aborda o nazismo.

Está escrito que é crime “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.

Fonte: g1

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