Vitor Pereira desabafa sobre passagem pelo Brasil e abre o jogo sobre trocar Corinthians pelo Flamengo: ‘Ainda estou pagando a conta’

Marcelo Cortes/Clube de Regatas do Flamengo

Figura marcante na história recente de Corinthians e Flamengo, o técnico Vítor Pereira falou em evento em Portugal nesta quinta-feira (18) e listou as dificuldades que enfrentou no futebol brasileiro, local no qual trabalhou por pouco mais de um ano.

Sem clube desde abril deste ano quando deixou o comando do Flamengo, o português desabafou na entrevista, disse que “ainda precisa descansar” e estabeleceu um prazo para retornar aos trabalhos no futebol.

“O futebol é uma paixão, mas ao mesmo tempo é uma droga. Eu hoje estou bem sem ele, estou a precisar de parar um bocadinho, mas tenho a certeza de que daqui a dois meses começo a ter dificuldade em viver sem ele. É como viver sem uma droga que não conseguimos largar”, iniciou.

“Estou bem agora, vou descansar, estar com a família e fazer coisas que já não faço há muito tempo. Depois vou ver se tenho paciência para agarrar um projeto, mas se o bom projeto não aparecer depressa, lá vou eu para mais uma aventura”.

Vítor Pereira se tornou uma espécie de ‘persona non grata’ para as duas maiores torcidas do futebol brasileiro, uma vez que deixou o comando do Corinthians após meses de incerteza a respeito de uma possível renovação e por ter dito que precisava voltar a Portugal para cuidar de sua sogra, que estaria doente.

No entanto, logo em seguida, o português negociou um contrato com o Flamengo para assumir o Rubro-Negro na vaga de Dorival Jr., despedido do clube mesmo após conquistar a Copa do Brasil e a CONMEBOL Libertadores em 2022.

Sob alta expectativa, a parceria entre Vítor Pereira e o Rubro-Negro não rendeu frutos. Com o português no comando, o Rubro-Negro perdeu a Supercopa do Brasil, a Recopa Sul-Americana e o Campeonato Carioca, além de ficar apenas com o terceiro lugar no Mundial de Clubes da Fifa.

“Passei do Corinthians para o Flamengo, um clube com 40 e tal milhões [de torcedores], outro clube com 50 e poucos milhões. É muito milhão junto [risos], com algumas guerras também no meio, e sinceramente não foi fácil. Também descansei muito pouco de um projeto para o outro e paguei um preço. Aliás, ainda estou pagando este preço”.

Por fim, o português listou as inúmeras dificuldades que enfrentou para se adaptar ao futebol brasileiro. Vítor Pereira apontou o calendário, as grandes viagens e até as mudanças climáticas como grandes ‘desafios’ que existem para os técnicos e atletas que trabalham no país.

“É muito desgastante porque são viagens constantes, são jogos uns atrás dos outros, de três em três dias, o campeonato é extremamente difícil. Antes de lá chegar não tinha bem a noção, ouvia dizer, mas não percebia, mas é muito difícil e muito competitivo”.

“É sair de 30 para 15 graus, andar em viagens que são quase entre continentes. Há equipes que jogam de uma forma completamente distinta e te obrigam a se adaptar. É acabar um jogo e já me pedirem a escalação para o jogo seguinte e quem vai viajar e quem não vai viajar…”, desabafou.

Fonte: ESPN

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