Empresário que confessou matar mulher trans detalha como foi o crime

Vítima relatou ter sofrido ameaças por parte do empresário e compartilhou a foto da placa do carro dele com as amigas durante o encontro, o que ajudou a polícia a localizá-lo.

Mayla Rafaela Martins, de 22 anos, foi encontrada na manhã dessa terça-feira (16) — Foto: Redes sociais/Reprodução

A Justiça de Mato Grosso decidiu converter a prisão em flagrante de Jorlan Cristiano Ferreira, de 44 anos em preventiva, nessa quarta-feira (17), após o feminicídio contra Mayla Rafaela Martins, de 22 anos, em Lucas do Rio Verde, no norte do estado. Em um áudio gravado no momento da prisão e confirmado pelo delegado responsável pelo caso, o suspeito detalha a dinâmica do crime à policia.

“Joguei todas as coisinhas dele no rio, a faquinha de serra, a maquininha de cartão…Parei em cima da ponte e joguei tudo no rio. Antes, ele tentou pular em cima de mim, mas eu peguei ele e dei um mata leão nele, não sei por quanto tempo, peguei e finquei a faca”, diz.

Na audiência de custódia, o empresário seguiu a mesma versão e alegou que matou Mayla após a vítima tentar roubar dinheiro dele. Segundo o investigado, a vítima “pediu para tomar uma cerveja, mas que estava com uma faca na mão e pedia mil reais para não ‘fazer escândalo”. A polícia, no entanto, não acredita na versão.

O delegado responsável pelo caso, João Antônio Batista Ribeiro Torres, disse que o suspeito confessou que contratou serviços sexuais com Mayla, que atuava como garota de programa na região, e a levou para a casa dele, onde o assassinato ocorreu.

No momento da prisão, Jorlan relata com frieza que voltou para a cozinha de casa para pegar a bebida e que a vítima tentou o atacar. Ele, então, teria pego uma faca e correu atrás de Mayla, que estava na garagem, próxima ao carro.

Durante toda a conversa com a polícia, Jorlan se dirige à Mayla como “ele”.

“Se ele só quisesse dinheiro, eu até dava, mas ele (Mayla) me pediu mil reais e eu só tinha R$ 170. Perguntei ‘Pra que o dinheiro cara?’ e ele respondeu ‘Cara não, eu sou mulher’, respondi que mulher não era, porque pra mim, se tem p**** , é homem”, diz.

Quando questionado pelos policiais sobre o porquê de não ter ligado para a polícia após ter matado Mayla, o empresário diz que ficou com medo e que dirigiu até uma área rural, despejou o corpo e colocou uma lona de piscina infantil em cima da vítima.

“Não sabia o que fazer, pensei que já estava f***** mesmo então pensei ‘Vou carregar essa desgraça embora’, peguei uma piscina velha que eu tinha que estava para jogar fora. Peguei ele, enrolei na lona, joguei no porta-malas e empurrei ele ali”, relata.

Entenda o caso

Nessa terça-feira (16), Mayla Rafaela Martins, de 22 anos, foi encontrada morta, em uma fazenda às margens da MT-485, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá. O corpo de Mayla foi encontrado por funcionários da fazenda estavam passando uma máquina de plantio na propriedade rural e viram uma lona.

A jovem teria contado para os amigos que queria retornar para Várzea Grande, região metropolitana da capital, onde vivia anteriormente, no entanto, o empresário não aceitava e teria passado a ameaçá-la.

No dia do crime, Mayla compartilhou uma foto da placa do carro do empresário com pessoas próximas a ela, o que ajudou a polícia a localizá-lo. Nas redes socias, amigos e familiares da vítima pedem ajuda para custear o translado do corpo para a cidade natal da jovem.

A família fez uma vaquinha para conseguir transferir o corpo de Mayla para Várzea Grande. Ela foi enterrada nesta quinta-feira (18).

Fonte: g1

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