Marli de Medeiros Valério, de 73 anos, assassinada pelo irmão nesta terça-feira, havia procurado a polícia, em 2020, para registrar uma ameaça feita por ele. À época, ela contou aos agentes da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) que Jorge Ferraz Valério, de 76, havia a procurado para falar sobre um terreno, que pode ser o mesmo que motivou o feminicídio. Além disso, ela revelou que o irmão tinha um revólver calibre 38.
Tanto a motivação quanto a arma, de 4 anos atrás, aparecem no crime de terça-feira, que aconteceu na Rua Potiraguá, em Campo Grande. Segundo testemunhas, Marli e seu filho, Victor Hugo Valério de Lucena, de 34, estavam em discussão com Jorge, quando ele pegou uma arma, guardada numa Fiat Uno cinza, e atirou contra os parentes. A idosa morreu no local, enquanto o rapaz foi baleado na boca e levado, posteriormente, para o Hospital municipal Rocha Faria, de onde já recebeu alta.
Jorge foi preso em flagrante, na Avenida Brasil, ao tentar fugir. Com ele, agentes do 40ºBPM (Campo Grande) encontraram o revólver, escondido embaixo do banco do motorista da Fiat. Nos assentos traseiros, localizaram uma mochila com roupas, um guarda-chuva e um ventilador, o que, para eles, sugeria uma premeditação do assassinato.
Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital, responsável pelo caso, o alvo da discussão entre os três seria um terreno em Campo Grande, onde, provavelmente, Marli morava. Os agentes pretendem ouvir Victor Hugo nos próximos dias.