Tiago Nunes não é mais o técnico do Botafogo. Nesta quinta-feira (22), um dia após o empate por 1 a 1 com o Aurora pela primeira partida da segunda fase da CONMEBOL Libertadores, o Glorioso anunciou a demissão do treinador.
Em pouco mais de três meses de trabalho, Tiago Nunes teve três erros cruciais que foram fundamentais para a demissão do comando técnico do clube carioca. E o ESPN.com.br lista abaixo.
Falta de resultados
Ao todo, foram 15 jogos sob o comando do clube carioca, com quatro vitórias, sete empates e quatro derrotas.
Em 2023, após assumir o Botafogo em crise, Tiago Nunes não conseguiu vencer nenhuma partida no Campeonato Brasileiro, deixando a liderança e terminando a competição em 5º. Na atual temporada, as quatro vitórias vieram no Campeonato Carioca, contra equipes de menor expressão.
Com a Libertadores batendo na porta, com duas fases preliminares em busca de um lugar nos grupos, o treinador não conseguiu dar um padrão à equipe e viu os resultados não surtirem efeito, o que foi primordial para a demissão, conforme apurou a ESPN.
Coletivas contraditórias
Em mais de uma oportunidade o treinador apareceu em entrevistas coletivas e deixou o torcedor com a pulga atrás da orelha pelas declarações. Diante do Vasco, após a derrota por 4 a 2 no último domingo (18), Tiago Nunes afirmou que jogadores do elenco pediam para não jogar por conta da carga psicológica, algo que o treinador não conseguiu virar a chave na temporada 2024.
“A gente tem uma memória emocional do ano passado. Quando sofre revés como esse, volta tudo à tona. O time titular é remanescente do ano passado. Muitos jogadores estão pedindo para ter uma sequência fora da equipe, para parar de carregar essa carga emocional tão forte.”
Anteriormente, na derrota por 1 a 0 para o Flamengo, Tiago Nunes destacou como Mateo Ponte cresceu treinando à parte do Botafogo, na ida para a disputa do Pré-Olímpico. Nas redes sociais, parte da torcida questionou a capacidade do treinador em melhorar os pontos negativos e reforçar os pontos positivos de seus jogadores.
“Quero fazer um agradecimento público ao professor Marcelo Bielsa (técnico do sub-23 do Uruguai), tive o prazer de conversar com ele muitas vezes durante esses 40 dias, foi um gentleman com a gente. Liberamos o Mateo porque acreditávamos que ele teria um crescimento com a presença do Bielsa no processo de formação dele. Eles me encaminharam todos os treinamentos, todas as filmagens, eu vi todos os dias o Mateo treinando. E o que ele mostrou no dia a dia nos treinos, amistosos e no Pré-Olímpico me passou a confiança necessária que ele poderia jogar. A conversa com o professor Bielsa também me passou essa confiança.”
Má gestão do elenco
Outro ponto de impacto para minar o trabalho de Tiago Nunes foi a gestão do elenco. Em diversas oportunidades, utilizou jogadores em posições não habituais e, durante as partidas, tinha leituras de jogo equivocadas.
No início da temporada, com Mateo Ponte cedido à seleção olímpica uruguaia e utilizando um sistema com três zagueiros, o treinador chegou a colocar Tchê Tchê e Victor Sá pela ala direita.
Em outras oportunidades, trocou o lado em que os pontas atuavam. Recém-negociado com o Krasnodar, da Rússia, Sá, natural pela esquerda, foi para a direita, enquanto Júnior Santos era deslocado para o lado oposto.
O camisa 11, inclusive, no clássico contra o Flamengo, foi posto para jogar centralizado após iniciar a partida pela esquerda. No fim do jogo, o Botafogo terminou a partida com Savarino, que joga pela direita, na esquerda, enquanto Sá finalizou pelo lado direito.
A leitura de jogo nas partidas também era algo que incomodava o torcedor. As mexidas, por muitas vezes, desorganizavam a equipe, que perdia a proposta. Contra o Aurora, terminou o jogo com o lateral Mateo Ponte improvisado pela ponta direita.
Agora, o Botafogo corre contra o tempo para ser assertivo com a necessidade de ter um treinador em pouco tempo. Na próxima quarta-feira (28), às 21h30 (de Brasília), o Glorioso encara o Aurora pela partida de volta da segunda fase da Libertadores. Uma vitória garante o Glorioso na próxima fase.
