Mãe e padrasto são condenados a 28 anos de prisão pela morte de menino de 10 anos no RJ

Suelen da Conceição Almeida e Alan Ferreira da Silva foram condenados por homicídio triplamente qualificado pela morte de Kauã Matheus Almeida Tavares. Menino sofria agressões dentro de casa.

Kauã Almeida Tavares, de 10 anos

Suelen da Conceição Almeida e Alan Ferreira da Silva foram condenados, nesta sexta-feira (10), a 28 anos e 6 meses de prisão pela morte de Kauã Matheus Almeida Tavares, de 10 anos. Eles são a mãe biológica e o padrasto da criança.

A juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 4ª Vara Criminal do Tribunal do Júri de São Gonçalo, condenou Suelen e Alan por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, cruel e emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima.

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Kauã Almeida Tavares, de 10 anos

De acordo com a denúncia, Kauã sofria agressões dentro de casa. No dia da morte do jovem, o casal tentou encobrir o crime e despistar a polícia. Eles teriam simulado uma cena de suicídio, como se o menino tivesse tirado a própria vida.

Para a juíza responsável pelo caso, a mãe do menino “não demostrou nenhum tipo de sentimento ou arrependimento”, durante o julgamento. Segundo ela, esse comportamento “demonstra a frieza de seu ato”.

Relembre o caso

Alan e Suelen foram presos pela morte de Kauã  — Foto: Reprodução/ TV GloboAlan e Suelen foram presos pela morte de Kauã — Foto: Reprodução/ TV Globo

Kauã foi encontrado morto no dia 17 de março de 2022 na casa onde ele vivia com a mãe, o padrasto e o irmão de 3 anos de idade. Eles viviam na Marambaia, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Em depoimento, o padrasto afirmou que ele levantou para pegar água na cozinha e encontrou Kauã preso a uma corda, pendurado, com os joelhos dobrados e os pés encostados no chão, com uma corda no pescoço. A corda estaria presa na tranca da janela.

O padrasto disse que Kauã ainda estava vivo, e que ele e Suelen tentaram socorrer a criança.

Segundo os investigadores, a UPA para onde o casal levou o menino fica mais distante da casa da família. Havia uma outra unidade de saúde que ficava apenas dez minutos de distância, mas Suelen e Alan optaram pelo local mais longe.

Durante toda a investigação da polícia, tanto a mãe quanto o padrasto contaram a mesma história: de que o garoto teria se enforcado com a guia do cachorro da família. Mas a tal guia nunca foi encontrada pelos investigadores. Semanas depois da morte de Kauã, Alan e Suelen se mudaram da casa.

A versão do casal não se sustentou por muito tempo. O laudo da perícia e a reprodução simulada revelaram que a criança não tinha morrido por enforcamento. A necrópsia feita no menino identificou lesões no pescoço, na nuca e na região cervical.

Na reprodução simulada, de acordo com a polícia, o casal também caiu em contradição. Quando os investigadores perguntaram onde a criança foi encontrada, eles teriam apontado locais diferentes.

Policiais usaram um boneco na reprodução da morte de Kauã. Investigadores verificaram que ele morreu por esganadura e não por suicídio — Foto: ReproduçãoPoliciais usaram um boneco na reprodução da morte de Kauã. Investigadores verificaram que ele morreu por esganadura e não por suicídio — Foto: Reprodução

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