A derrota para o Flamengo, na abertura das oitavas de final da Copa do Brasil, causou uma cena incomum no Palmeiras nos últimos anos.
Um grupo de torcedores organizados foi ao centro de treinamento da Barra Funda nesta quinta-feira (1°), em São Paulo, para conversar com jogadores e integrantes do departamento de futebol.
A polícia foi chamada ao local, mas não houve confusão. Jorge Luís, presidente da Mancha Verde, conversou com a ESPN e criticou atitudes do técnico Abel Ferreira, além da escolha de alguns atletas como titulares.
“São quatro derrotas em cinco jogos. Ontem, um time totalmente apático e covarde. Hoje não viemos falar nada com a diretoria. O Abel vem errando muito, ele é monstro, mas parece que se apequenou. Palmeiras não pode jogar covardemente. O Palmeiras ganhou uma Supercopa e uma Libertadores jogando de igual para igual”.
“A forma que perdeu ontem…foram dois, poderia ter sido quatro, cinco. O Palmeiras é milionário, elenco forte, nós viemos para entender. Conversamos com uma parte, outros nem quiseram nos receber. As portas estão sempre fechadas. Viemos aqui para dialogar”.
“A porta estava aberta, nós fomos até ali e ficamos fora. Queremos entender. O Abel está fazendo panela? Tem jogador que não dá para ser titular. Todo mundo está apoiando. A gente quer entender para ajudar. Para reverter contra o Flamengo vai ter que jogar muito”.
“Não foi convincente. A gente pede mudança de postura dos atletas e do Abel. Ele é o maior da nossa história, mas é passível de crítica. A culpa é sempre do outro. Ele vem insistindo em atletas que não para ser titular. O Rony não dá para ser titular. Contrata o Felipe Anderson e coloca ele de auxiliar de lateral. O Rômulo foi destaque e nunca colocam o cara”.
“Algumas coisas que a gente não consegue entender. Não falamos com ele (Abel Ferreira), finalizou o mandatário da torcida. A ESPN apurou a história também com fontes ligadas ao Palmeiras, que disseram que houve uma invasão organizada por parte dos torcedores, e que estes teriam feito uma série de ameaças a funcionários do clube.
Estes torcedores organizados teriam dito que fariam novas invasões no futuro caso a situação não mudasse, além de ataques ao ônibus do clube antes de partidas e perseguições a atletas que estejam “na noite”. Alguns torcedores foram encaminhados para delegacia para prestar depoimento. O Palmeiras ainda abrirá um B.O. por invasão.
A cobrança dos torcedores é pelo momento instável na temporada. A derrota para o Flamengo foi a quarta nas últimas cinco partidas na temporada, o que aumenta o tom de críticas dos palmeirenses.
A equipe volta a campo apenas no próximo domingo (4), às 17h (de Brasília), contra o Internacional, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Na sequência, acontece a segunda partida das oitavas de final contra o Flamengo, na quarta (7), às 20h.
Para avançar na competição nacional, o time de Abel Ferreira precisará de uma vitória por três ou mais gols de diferença. Um triunfo por dois gols, independentemente do placar, levará a disputa para as penalidades.
Já o Flamengo vai às quartas com derrota por um gol, empate ou vitória por qualquer placar.
NOTA OFICIAL DO PALMEIRAS
O Palmeiras se manifestou nas redes sociais a respeito do fato e chamou a ação de “invasão”. Veja o texto na íntegra abaixo:
A Sociedade Esportiva Palmeiras informa que integrantes da torcida organizada Mancha Verde invadiram a Academia de Futebol na tarde desta quinta-feira (1). O clube acionou prontamente a polícia para que o grupo fosse retirado do local.
Antes de deixar o centro de treinamento, líderes da uniformizada, entre eles o presidente Jorge Luís, fizeram diversas ameaças, prometendo novas invasões e atos de vandalismo, além de perseguir atletas fora do ambiente de trabalho.
O Palmeiras não tolera qualquer tipo de conduta criminosa e tomará todas as providências cabíveis para que os responsáveis por esta ação ilegal e sem propósito sejam identificados e punidos.
