‘Condomínio do tráfico’: agentes encontram quadriplex com hidromassagem, piscina, cascata, closet e mármores

Operários derrubam bar em mansão do tráfico na Maré — Foto: Reprodução/Seop

A operação conjunta para demolir o “condomínio do tráfico” no Parque União, no Complexo da Maré, nesta terça-feira (13), encontrou um quadriplex de luxo às margens da Avenida Brasil. O imóvel ainda não estava pronto, mas chamaram a atenção dos agentes o acabamento em mármore, uma piscina com cascata e uma banheira de hidromassagem.

Outro imóvel de alto padrão tinha 2 andares e uma piscina ainda maior. Engenheiros da prefeitura estimam que a derrubada desses 2 imóveis represente um prejuízo de R$ 5 milhões para o tráfico.

A força-tarefa é composta pelas polícias Civil e Militar do RJ, Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Operários vão derrubar 40 imóveis, incluindo as “mansões”.

Segundo o MPRJ, parte dos imóveis chega a ter 6 pavimentos, mas 90% deles ainda estão em fase de alvenaria e totalmente desocupados. Eles foram erguidos sem nenhuma autorização da prefeitura e não possuem responsável técnico pelas obras.

A Seop não tem prazo para derrubar tudo. Máquinas não conseguem chegar às casas, e por isso a demolição é manual, com marretas, andar por andar, de cima para baixo.

“Esses prédios são frutos de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. São prédios sem licença e sem autorização e que segundo as investigações são frutos de lavagem de dinheiro dos criminosos”, afirmou o secretário Brenno Carnevalle.

Segundo as investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, são cerca de 300 casas e apartamentos construídos ilegalmente na favela sendo usados para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

O “condomínio”, no Parque União, foi mostrado em outubro do ano passado pelo RJ2. Na ocasião, a reportagem mostrou que o Comando Vermelho (CV) adotou uma prática da milícia e passou a usar a especulação imobiliária para lavar dinheiro das atividades criminosas. A venda das casas então recém-construídas é uma forma de circular esse capital.

A força-tarefa saiu para também cumprir 23 mandados de intimação — quando a pessoa é conduzida para a delegacia a fim de prestar esclarecimentos.

A investigação constatou que o Comando Vermelho (CV) construiu imóveis e abriu empreendimentos no Parque União para lavar o capital acumulado com o comércio de drogas.

A comunidade tem como chefe o traficante Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga. Ele tem 86 anotações criminais e ⁠figura como autor em 175 inquéritos policiais. Participa ativamente das decisões que determinam o rumo do CV, como invasões de territórios rivais para expansão dos domínios e exploração ilegal econômica.

Fonte: G1

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