O Brasil tem testemunhado um crescimento acelerado no consumo dos podcasts e muitos podem achar de maneira rasa e impulsiva que tal sucesso se trata de uma onda passageira quando, na verdade, estamos diante de um verdadeiro mar aberto de oportunidades. Dados referentes à audiência e o aumento no número de criação de novos programas, reforçam que o formato não só veio para ficar, como já é uma das principais fontes de informação e entretenimento da população brasileira. Em pesquisa recente da GWI (Global Web Index), nosso país lidera o ranking mundial de consumo semanal com 39,7% de usuários recorrentes e segundo Diana Ramirez, Head of Latam Advertising do Spotify, o Brasil é o segundo maior mercado em consumo e criação de podcasts dentro da plataforma. A combinação entre a espontaneidade e a profundidade do conteúdo sem amarras, atrelada a identificação com os apresentadores e possibilidades genuínas de interação, fizeram com que o formato se consolidasse mundialmente e que nosso país conquistasse tal posição já que se destaca pelo alto consumo de mídias digitais desde o seu surgimento. Outro indicador de crescimento é a entrada de grandes plataformas de streaming no mercado custeando produções originais exclusivas, além do investimento massivo de YouTube e Spotify no segmento para se consolidarem como líderes de distribuição. Para os próximos anos, a projeção é ainda mais animadora. Até 2027, a América Latina se tornará a maior região de podcasts do mundo segundo a “Insider Intelligence”. Entre outros motivos, o crescimento estará associado ao aumento do número de usuários de internet, que hoje conta com apenas 73% da população comparado aos 90% de usuários conectados nos EUA. Dentre os podcasts que mais crescem no Brasil estão: “Benja Me Mucho”, apresentado por Benjamin Back, Bagaceira Chique, apresentado por Luciana Gimenez e o “Festa da Firma Podcast”, apresentado por Wellington Muniz, o Ceará. O segredo de tamanho sucesso está na agressividade estratégica de distribuição do seu conteúdo, tornando-os líderes de audiência relacionados ao cortes. Com desenho de conteúdo multiplaforma data-driven, esses podcasts possuem uma maior média de views no TikTok, Instagram Reels e YouTube Shorts quando comparados aos seus concorrentes já consolidados como Flow Sport Club, Pod Delas e PrimoCast. Além da variedade de conteúdos, a qualidade das produções também tem melhorado com a chegada de excelentes estruturas e profissionais. Hoje, muitas produções contam com equipes dedicadas de direção, roteiristas, coordenação de conteúdo, direção artística e relações públicas, resultando em episódios com narrativas envolventes e de alta qualidade. Esse profissionalismo atrai não apenas ouvintes, mas também anunciantes, que veem nos podcasts uma oportunidade de alcançar um público segmentado e engajado. Comercialmente, o formato é comprovadamente eficaz, com taxas de engajamento superiores às de outros formatos de mídia digital. Quando o objetivo da campanha é gerar alcance, reconhecimento e autoridade, com certeza os podcasts são a melhor opção de investimento dado o seu baixo custo de produção e alto potencial viral. Os “podcasters” tem se mostrado mais influentes até mesmo que os próprios influenciadores digitais e celebridades televisivas. Pesquisa da Vox Media em parceria com a MAGNA nos Estados Unidos aponta que 75% dos usuários dizem que a opinião de seus apresentadores preferidos é mais relevante comparados aos 15% que confiam nos influenciadores digitais e aos 10% que acreditam nas celebridades. A influência dos podcasts é tamanha que 3 em cada 4 ouvintes assumem ter mudado de opinião em relação a algo ao escutar um episódio. Marcas como Itaú, Natura e Ambev destinam verbas significativas no formato, criando conteúdos patrocinados ou até mesmo seus próprios programas. Um case de sucesso é o “Durma com Essa”, do Nexo Jornal, que além de ter conquistado uma audiência fiel, atrai anunciantes interessados em associar suas marcas a conteúdos jornalísticos de qualidade. Tudo isso reflete em uma mudança no consumo de mídia, onde a convergência e a personalização dos conteúdos são fatores-chave. Com uma audiência em expansão, produções de alta qualidade e o interesse crescente de anunciantes, os podcasts chegaram, se consolidaram e estão presentes em nossas vidas cada vez mais próximos. Seja para relaxar, entreter ou informar, ano a ano aparecem novas ideias, novos formatos, novos assuntos e diferentes abordagens para atingir um público cada vez mais exigente e ávido por novidades. Quem souber navegar nesse oceano digital terá em suas mãos um meio de comunicação de ponta a ponta. Estará apto a desenvolver, produzir, monetizar e distribuir seu conteúdo de maneira massiva para um público engajado e ativo.
|
Veja Mais
Um tributo para Sebastião José Palmeira
Sete dias de mortes sentidas para Alagoas. Além do professor e advogado Sebastião Palmeira, encerraram suas jornadas de lutas o professor...
A síndrome da Chapeuzinho Vermelho: por que não enxergamos o Lobo Mau disfarçado de príncipe?
Por que tantas mulheres não conseguem identificar um Lobo Mau disfarçado de príncipe encantado? Esse é um comportamento mais comum...
Frutas na Dieta: Mito ou Verdade Que a Frutose Engorda e Deve Ser Evitada?
Quando falamos de frutas, muitas vezes imaginamos um alimento leve, saudável e refrescante. No entanto, nos últimos anos, elas foram...
Cabe indenização contra os sites de apostas?
Atualmente, faz parte do cotidiano do brasileiro as propagandas das plataformas de apostas online, as famosas “bets”. Apesar da recente...
Paulo Dantas sanciona lei dos precatórios do Fundef e beneficia mais de 15 mil profissionais da Educação O Fenômeno dos Podcasts no Brasil: Uma onda ou mar aberto?