Mãe de esquartejado em SP desabafa e pede justiça: ‘Tiraram a minha joia’

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A família de Thomas Sanches, de 30 anos, aguarda as investigações da polícia para a concluir o inquérito sobre o esquartejamento da vítima que morava em Cananéia, no interior de São Paulo. Indignada com a brutalidade do crime, os familiares esperam por justiça. O suspeito de ter cometido o crime, Gleydson Morgray confessou durante depoimento e está detido.

Abalada com a perda, a mãe de Thomas, a professora Aparecida Maria Branco Barreto, de 58 anos, espera que o suposto assassino de seu filho seja condenado pelo crime. "O meu filho era uma pessoa muito boa, sem maldade e que tinha muita vontade de viver. Ele era uma pessoa amável e tinha muitos amigos. As pessoas nos cumprimentam e demonstram bastante carinho, porque ele era muito querido. Agora, uma pessoa se fazer de amigo dele e depois praticar uma crueldade desse tipo não tem perdão. Espero que a justiça seja feita, pois uma parte de mim foi embora”, diz.

O impacto da morte do filho tem mexido bastante com Aparecida, que tem mais dois filhos. Thomas era o caçula. "Estou muito triste. A minha vida praticamente acabou, apesar de eu ter mais dois filhos e netos. Não desejo essa dor para nenhuma mãe", desabafa.

Segundo o padrasto de Thomas, o pedreiro Donizar Gonçalves Barreto, de 48 anos, a notícia do desaparecimento dele foi conhecida pela família através dos amigos do rapaz. "A gente ficou sabendo que ele tinha desaparecido pelos colegas. Eles achavam que ele estava com esse rapaz, mas os amigos falaram com a gente e, como ele não havia voltado para casa na sexta-feira (21) – Thomas saiu de sua residência na noite de quinta-feira (20) -, nós começamos a procurar. É um exagero uma pessoa matar outra, isso é um absurdo. Esquartejar, então, nem se fala. É um crime bárbaro, não tem cabimento. Eu estive no Instituto Médico Legal vendo o corpo, para fazer o reconhecimento, e ele cortou tudo. Nada justifica fazer uma coisa dessas”, afirma.

Por fim, a mãe de Thomas destaca de que forma irá lembrar do filho daqui em diante. “A lembrança que tenho é que o meu filho era muito amado, uma pessoa alegre e muito boa. É uma parte de mim que eu perdi. Ele (suspeito do assassinato) me arrancou essa vida. Carreguei o Thomas durante nove meses no meu ventre, era o meu caçula e dói muito perdê-lo de uma forma tão brutal. Para mim, todos os meus filhos são iguais, amo eles da mesma forma. Só que o Thomas era a minha ‘joia’, eu posso dizer assim. Ele era o meu caçula e não me conformo de ele ter sido tirado da gente de uma forma tão brutal. Quero lembrar do jeito que ele era, amigo de todo mundo e uma pessoa de bem, pelo resto da minha vida. É isso que vou levar comigo”, conclui Aparecida.

a tatuagem pode apontar ligação com magia negra
Suspeito de ter matado e esquartejado Thomas Sanches, de 30 anos, em Cananéia, no interior de São Paulo, Gleydson pode ter uma ligação com rituais de magia negra.

Mesmo tendo negado a premeditação do crime, Gleydson disse ter esquartejado o corpo de Thomas, para ocultar o cadáver. A suspeita é que Gleydson fosse jogar o corpo da vítima no mar. Porém, o fato de ele ter retirado todos os órgãos internos de Thomas chama a atenção.
A possibilidade de que Gleydson tenha ligação com a magia negra é reforçada pela tatuagem que o suspeito possui em seu corpo, que seria característica de seguidores deste tipo de ritual. A imagem possui um pentagrama invertido. No entanto, a hipótese de que os órgãos tenham sido retirados para que o corpo, quando fosse jogado ao mar, não retornasse para a superfície ainda é uma linha forte dentro da investigação, para a polícia.

Local de crime já foi palco de tragédia familiar

O suspeito de ter matado e esquartejado Thomas Sanches já possui um histórico em sua família envolvendo o mesmo tipo de crime. Na década de 1970, o avô de Gleydson Morgray teria assassinado a avó dele antes de ter esquartejado o corpo dentro da mesma residência onde o crime mais recente ocorreu.

Natural da capital paulista, Gleydson morava em Guarulhos, na região da Grande São Paulo, antes de se mudar para a cidade do Vale do Ribeira. O homem estava há três meses em Cananéia e dividia a casa onde mora, com mais dois amigos. O imóvel pertence a uma tia de Gleydson.

Décadas antes, a residência onde ele vivia já havia sido uma cena de crime envolvendo sua avó, morta pelo marido. Gleydson confessou que teria matado Thomas e esquartejado o corpo dele. A frieza com a qual o suspeito relatou o que aconteceu impressionou os responsáveis pela investigação.

Um amigo de Gleydson, que morava na mesma casa que ele, estava desaparecido desde que a polícia encontrou o corpo de Thomas na residência, no sábado (22). No entanto, o amigo já foi localizado e a polícia investiga se o mesmo possui alguma ligação com a morte.

Suspeito nega premeditação

Suspeito de ter matado Thomas Sanches, de 30 anos, Gleydson Morgray negou que tenha premeditado o esquartejamento da vítima. Em depoimento à polícia de Cananéia, no interior de São Paulo, Gleydson rechaçou a possibilidade de um envolvimento homoafetivo com Thomas, negando ser homossexual.

Para a polícia, o suspeito alegou que Thomas teria tentado uma aproximação, e assim, gerado uma discussão entre ambos. Segundo Gleydson, ele teria empurrado Thomas, depois do desentendimento, com a vítima batendo a cabeça e vindo a óbito. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Cananéia deve apontar se a versão apresentada pelo suspeito é verdadeira.

Com isso, Gleydson teria se desesperado e, nervoso, tentado ocultar o corpo de Thomas. No entanto, Gleydson foi localizado e preso antes disso acontecer.

Polícia tenta traçar perfil de suspeito

Suspeito de ter matado Thomas Sanches, de 30 anos, Gleydson Morgray impressionou a polícia pela frieza com a qual contou a forma como esquartejou a vítima. Além disso, o perfil de Gleydson em uma rede social aponta características que deixaram a investigação intrigada, sobre o crime que foi descoberto no sábado (22), em Cananéia, no interior de São Paulo. A conta dele no Facebook apresenta várias fotos de mulheres nuas.

No entanto, de acordo com a polícia, a primeira hipótese levantada é de que ambos mantiveram um relacionamento homoafetivo.

Além disso, na mesma rede social, Gleydson também se mostra um fã da série televisiva norte-americana ‘Dexter’, que mostra um assassino em série que mata fugitivos da polícia. O suspeito demonstra ainda ser interessado em filmes de terror. Todas essas informações também podem ajudar a polícia a traçar um perfil do comportamento de Gleydson.

Segundo pessoas próximas à vítima, na madrugada de sexta-feira (21), Thomas conversava com Gleydson e um grupo de amigos, em uma praça no centro de Cananéia. Em um dado momento, os dois saíram juntos e Thomas se despediu, dizendo que não o esperassem.

O velório da vítima foi realizado neste domingo (23) e o enterro na manhã desta segunda-feira (24), no Cemitério Municipal de Cananéia.

Suspeito e vítima tiraram foto juntos

O homem suspeito de ter matado e esquartejado um rapaz em Cananéia, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo, tirou uma foto junto com a vítima momentos antes de se afastar com ela do grupo de amigos com quem conversavam. A imagem foi registrada na madrugada de quinta (20) para sexta-feira (21), última vez que Thomas Sanches, de 30 anos, foi visto com vida. Seu corpo foi encontrado esquartejado neste sábado (22), em frente a um hotel da cidade.

Os colegas estranharam o sumiço de Thomas e a família já vinha tentando encontrá-lo desde então, mas sem sucesso. No entanto, na manhã de sábado, um amigo de Thomas acionou a Polícia Militar e foi com as autoridades até a casa de Gleydson. No local, foi encontrado um lençol coberto de sangue. O suspeito ainda tentou fugir, mas foi detido e acabou confessando o crime. O corpo foi localizado pela polícia em frente a um hotel na Avenida Independência.

A polícia destaca que ele não possuía antecedentes criminais. O caso segue sendo investigado pela equipe da Delegacia Sede de Cananéia.

Fonte: G1

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