Cartografia Cultural: cresce o número de expressões mapeadas

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Iniciada há pouco mais de um ano, a Cartografia Cultural de Maceió está pontuando geograficamente as manifestações culturais no mapa do município e contribuindo com a compreensão da relação entre espaço e cultura. O trabalho é fruto da parceria entre Prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) e Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Considerada uma ação fundamental para auxiliar na definição de políticas culturais adequadas para as diversas áreas de Maceió, a Cartografia já conta com 160 cadastros, reunindo dados importantes referentes a diversos artistas e grupos culturais atuantes na cidade.

Os 160 trabalhos cadastrados estão distribuídos da seguinte forma: sete escolas de samba, 13 blocos tradicionais de carnaval, 16 grupos de cultura tradicional popular, 27 grupos de dança, 29 músicos tradicionais da cultura popular e 40 grupos de bumba meu boi e boi de carnaval. Foram catalogados ainda alguns equipamentos culturais como teatros e salas de cinema.

O diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação e Difusão Cultural da FMAC, Nasson Neves, explica que para ser adicionada à Cartografia Cultural, a manifestação é classificada a partir dos segmentos culturais representados no Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC). São eles: Música, Artes Cênicas (Dança, Circo e Teatro), Artes Visuais (Arte Digital, Fotografia, Pintura e Escultura), Cultura Popular, Cultura Afrobrasileira, Audiovisual, Patrimônio Imaterial, Patrimônio Material, Arquivos e Museus, Moda, Artesanato, Designer, Livro, Leitura e Literatura.

Segundo Neves, atualmente estão sendo pesquisados grupos ligados aos segmentos das Artes Cênicas, das Artes Visuais e do movimento cultural Hip Hop.

Levantamento de dados

O professor de antropologia da Ufal, Bruno César, orienta os estudantes que trabalham no levantamento das informações junto aos grupos. Ele explica que o questionário aplicado na pesquisa busca reunir dados sobre as lideranças dos grupos, o histórico, endereços de ensaios e espaços para as apresentações, número de pessoas envolvidas, além de aspectos econômicos de manutenção e viabilização das atividades dos grupos.

Para ele, a fase de levantamento dos contatos dos grupos é uma das mais críticas do trabalho. “Nosso ponto de partida é sempre uma lista de telefones e e-mails de artistas ou grupos organizados em associações ou ligas representativas. Às vezes precisamos adotar até mesmo o famoso ‘boca a boca’ o que acaba contribuindo com a lentidão do processo”, afirma.

O professor, no entanto, acredita que com a disseminação da existência da Cartografia Cultural e de seus benefícios na divulgação e valorização dos trabalhos artísticos e culturais, haverá uma inversão no procedimento das pesquisas, pois serão os próprios artistas que recorrerão à FMAC para informar sua existência e disponibilizar seus dados para o cadastro.

De acordo com Bruno César, o mapeamento da cultura, servirá não somente à comunidade cultural, mas, como fonte de pesquisa para estudantes que encontrarão informações desse universo de maneira facilitada e atualizada. Ele destaca que o trabalho também contribui para a elaboração de políticas públicas além da esfera municipal, oferecendo dados para que o Estado e o Governo Federal possam avaliar a implantação de equipamentos culturais – teatros, cinemas e escolas de dança, já que a Cartografia evidenciará o público existente no local.

Atualização constante

O diretor de TIC e Difusão Cultural da FMAC destaca que a Cartografia Cultural não tem prazo de conclusão: “As expressões culturais estão sempre em formação, elas se reinventam constantemente, nascem, morrem e renascem. Por isso a pesquisa precisa ser constante”.

Ainda de acordo com Nasson Neves, a plataforma digital da Cartografia permite ao usuário interatividade visual. O mapa possui várias camadas de informações e hoje já é possível localizar de maneira rápida e fácil as diversas expressões culturais de Maceió em um único lugar no mapa. Em uma segunda etapa do trabalho, serão disponibilizadas fotografias e narrativas mais completas sobre a história de cada grupo identificado.

Nasson Neves orienta: “Se você é artista ou integrante de algum grupo cultural de Maceió e quer estar inserido no Mapa da Cultura, entre em contato conosco. Para isso, basta visitar a página da Cartografia Cultural e clicar no link Colabore!“.

Fonte: Ascom FMAC

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