Discussões e vaias marcam sessão na Assembleia Legislativa

Izabelle Targino/Alagoas24HorasDeputado Antônio Albuquerque

Deputado Antônio Albuquerque

Com a chegada de novos projetos enviados pelo Governo à Assembleia Legislativa, entre eles dos referentes à Uneal, Uncisal e servidores da Educação estadual, o deputado Antônio Albuquerque (PRTB) voltou a dizer que a aprovação destes projetos não teria respaldo legal.

"Não entendo como os projetos são enviados para serem analisados e votados no mesmo dia. O que podemos fazer aqui é um arrumadinho, mas é ilegal", disse o deputado, que voltou a criticar o governador pela demora no envio das matérias.

"Se o governo tem prazos e prerrogativas, a Casa também tem. Os projetos chegaram na última hora para serem votados às escuras. Não sei o teor, nem o valor dos reajustes ", completou.

A crítica ao Governo também foi compartilhada pelos deputados Ronaldo Medeiros (PT) e Jerferson Moraes (DEM). "É uma falta de respeito do governo com a Casa e com os parlamentares enviar o projeto no ultimo dia", disse Moraes.

Ainda sobre a ilegalidade da votação, o vice-presidente da Casa, disse não estar convencido de que a votação aconteça nesta quinta. "Tenho prerrogativas para impedir esta votação e se não me sentir à vontade, eu o faço", declarou.

A declaração foi recebida com vaias pelos servidores da Educação que ocupavam a galeria do plenário. O episódio causou um mal-estar entre o parlamentar e a categoria. "O que tem ali (apontando para a galeria) são servidores da educação que não aprenderam a ler e a escrever. O que digo aqui é que não tem respaldo jurídico para que sejam votados, nem os da educação e nem qualquer outro projeto hoje. No meio destes servidores sempre tem alguém ligado a algum político, o que não deixa os sindicatos independentes", alfinetou Antônio Albuquerque.

Após as declarações, o deputado Ronaldo Medeiros apelou para que Albuquerque não pedisse o adiamento da matéria. "Apelo para que o deputado não peça o adiamento. Vamos assumir o pecado do governador sem merecer", disse Medeiros.

Após o debate, a sessão foi suspensa para entendimento de lideranças, mas o deputado Antônio Albuquerque voltou a dizer que a matéria não deveria ser votada. "A solução seria um arrumadinho, mas agora me nego a fazer. A ALE pode convocar sessões extraordinárias ate sábado para que sejam votados os projetos. O prazo encerra domingo, quando ficam faltando seis meses para a eleição", concluiu.

Conversa com respresentantes das categorias da educação

Durante a suspensão da sessão, os deputados Judson Cabral, Ronaldo Medeiros e Antônio Albuquerque estiveram reunidos com representantes dos servidores da educação. No encontro, o deputado Judson Cabral classificou como “indelicadeza” os servidores terem se manifestado com vaias às declarações do vice-presidente da Mesa, deputado Antônio Albuquerque.

Justificando sua fala em Plenário, o vice-presidente da Mesa explicou que estava agindo em defesa da categoria. “O que eu coloquei foi em defesa dos senhores. Não disse que não fossem ortograficamente incapazes, mas que a educação é de cada pessoal e algumas não tiveram naquele momento. Eu estava falando da ilegalidade e da defesa do interesse de todos vocês”, explicou o parlamentar.

Ao final da conversa, o deputado disse que iria acatar o desejo da categoria e iria participar do “arrumadinho ilegal” para que os projetos fossem aprovados.

“Vou fazer o que vocês estão pedindo, mas tranquilo porque vocês agora estão avisados”, finalizou o deputado.

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