Motrisa: moradores vivem expectativa de ter acesso às casas interditadas

Alagoas24horasMoradores recebem correspondências acumuladas após serem impedidos de entrar em casa

Moradores recebem correspondências acumuladas após serem impedidos de entrar em casa

Com a impossibilidade do retorno dos moradores da Vila Nossa Senhora do Carmo, no Poço, onde cerca de seis casas foram atingidas pelo rompimento de um silo pertencente ao Moinho Motrisa, na última segunda-feira (7), a situação dos residentes ainda é de medo e de tristeza.

Cerca de 15 moradores estiveram na manhã desta quinta-feira (10) no local do acidente a pedido da Defesa Civil, que gradativamente realiza o cadastro de todos os proprietários das 27 residências existentes na Vila.

Na manhã de hoje, eles foram convocados um a um a entrarem em suas casas e retirar os pertences mais importantes. Com o risco de novo acidente, todos os moradores estão alojados em hotéis e pousadas da capital enquanto os órgãos estaduais decidem como será garantida a segurança dessas pessoas e o retorno das atividades na localidade.

“O sentimento é muito ruim, estou tomando medicamentos para ficar calma”, conta Judite Maria da Silva, de 65 anos, moradora da casa de N° 25 da Vila.

Dona Judite revelou, em entrevista ao Alagoas 24 Horas , que no momento do acidente -por volta das 15h30- não havia ninguém na sua casa que acabou sendo atingida. “Eu não estava em casa, graças a Deus, só o meu cachorrinho e uma tartaruga que crio”, diz dona Judite.

De acordo com a moradora, a residência ficou completamente destruída após o acidente. “Tá tudo destruído, quase que 80% da minha casinha. A empresa entrou em contato comigo e me prometeu alimentação e hospedagem, mas preferi ficar hospedada na casa de uma amiga”, diz em tom de tristeza.

A mesma história triste é compartilhada por Maria Eleuza, de 60 anos, moradora da casa de nº 45. Segundo ela, todas as residências da Vila sofriam há anos com abalos provenientes dos silos instalados pela empresa. “Meu filho, todo proprietário que você conversar aqui vai te falar a mesma coisa. Todas as casas antes do acidente já registravam rachaduras diversas”, diz dona Maria.

A residência de dona Maria tinha passado por uma reforma recente. “Era muita rachadura que tinha lá em casa, chamei a Defesa Civil, os bombeiros e tudo. Eles fizeram um levantamento e decidi por mim mesma pagar uma reforma já que a empresa só fazia remendar as rachaduras quando notificada”, revela.

Os gastos de dona Maria foram da ordem de R$ 80 mil para que não precisasse mais se preocupar com as fendas. “Agora eu não sei como ficou após isso, porque ainda não entrei”, conta com tristeza.

Para organizar todas as reivindicações dos moradores, a moradora Telma Helena Cedrim é que está colocando todos exigências em prática. “Vamos acionar um advogado porque queremos entrar com um processo judicial, espero que eles [ responsáveis pela empresa] tomem alguma providência após o ocorrido”, declara.

Sem poderem entrar em suas residências, os moradores fizeram um acordo com um posto de combustível próximo para que todas cartas e postagens pertencentes as 27 residências fossem entregues no estabelecimento. “Eles nos ajudam e recebem as cartas, aí nós repassamos aos moradores”, complementa Telma.

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