Telexfree diz ter dívida de R$ 3 milhões com familiar de diretor

A Telexfree diz dever R$ 3 milhões para uma familiar de um dos diretores do negócio, acusado de ser uma pirâmide financeira bilionária. O valor equivale a 10% das dívidas que o grupo afirma ter com seus principais credores.

No último domingo (13), três empresas americanas do grupo Telexfree apresentaram pedidos de recuperação judicial em Las Vegas (Estado americano de Nevada). A solicitação foi feita horas antes de uma agência do governo de Massachusetts, onde fica a sede do grupo, declarar que a Telexfree é uma pirâmide financeira bilionária

Com os pedidos de recuperação judicial, foram entregues à Justiça as listas dos 30 maiores credores inseguros – sem pagamento garantido ou prioridade para receber – de cada uma. Os documentos foram disponibilizados publicamente pela KCC, empresa especializada em recuperações judiciais contratada pela Telexfree.

No topo das três listagens, com R$ 3 milhões a receber em cada uma delas, está Jozélia Miriam Sangali. Segundo um processo de 2012, ela é mãe de pelo menos dois dos filhos do empresário capixaba Carlos Roberto Costa.

Costa é um dos donos da Ympactus Comercial, o braço brasileiro do negócio, e um dos fundadores da Telexfree, LLC., uma das empresas do grupo Telexfree nos EUA. Segundo as investigações americanas, apenas em dezembro de 2013 ele recebeu R$ 6,70 milhões

“Os documentos sugerem que os R$ 3 milhões são o valor devido pelas três empresas combinadas”, afirma o advogado Jeff Kitaeff, especialista em recuperações judiciais. “[Mas] gostaria de saber se são R$ 8 milhões ou R$ 3 milhões.”
Procurados, os representantes da Telexfree nos EUA e no Brasil não comentaram as informações. Jozélia e Costa não foram localizados.
Credor diz desconhecer por que foi incluído na lista

O segundo nome da lista de credores, com R$ 2,18 milhões a receber, é de Leonardo Francisco, que em uma rede social se apresenta como tio de Carlos Wanzeler, fundador do grupo Telexfree. O advogado de Francisco diz não haver relação de parentesco entre seu cliente e Wanzeler.

"Não há qualquer irregularidade em sua relação [de Francisco] com a Telexfree", afirmou o advogado , Danny Cabral Gomes, que também representou a Telexfree em processos enfrentados pela empresa no Brasil.

O terceiro maior credor da Telexfree, segundo a própria empresa, é uma companhia chamada DL1 INC, dos Estados Unidos. Fundada no início de 2013, ela teria a recebe R$ 1,7 milhão. Procurado, seu representante legal não quis comentar.

Na sequência da lista está o capixaba Renato Alves. Ele nega, entretanto, ter R$ 1,6 milhão a receber da Telexfree, como aponta o documento.

“Provavelmente é um engano. Eu não faço parte da Telexfree nos Estados Unidos, até faço parte da Telexfree aqui no Brasil”, diz Alves ao iG.

Completa a lista de cinco maiores o empresário Benjamin Argueta, dono de restaurantes nos Estados Unidos. A Telexfree afirma que deve R$ 1,5 milhão. A reportagem não conseguiu localizá-los.

Pagamentos só ocorrerão se recuperação for aceito

O pagamento desses valores, entretanto, dependerá de os pedidos de recuperação feitos pelo grupo Telexfree serem aceitos pela Justiça. A primeira audiência ocorre nesta quinta-feira (17). Exceto se a empresa conseguir uma autorização especial para fazer os pagamentos em adiantado.

Jeff Kitaeff, o advogado de Massachusetts especialista em recuperações, lembra também que um órgão do Departamento de Justiça dos EUA deverá analisar as contas apresentadas pela Telexfree.

O plano de recuperação também precisará ser aceito pela maioria dos credores, esclarece Kitaeff.

Fonte: IG

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