Elize quer ser julgada logo; júri deverá ser no 2º semestre

Carlos Pessuto/Futura PressElize Matsunaga confessou que matou e esquartejou o marido em um banheiro do apartamento do casal

Elize Matsunaga confessou que matou e esquartejou o marido em um banheiro do apartamento do casal

A enfermeira Elize Araújo Kitano Matsunaga, acusada de matar e esquartejar o marido, o empresário Marcos Matsunaga, deverá ir a júri popular no segundo semestre deste ano, de acordo com previsão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). A mulher confessou ter matado e esquartejado o diretor-executivo da Yoki em um banheiro do apartamento do casal.

Elize, que está reclusa no presídio de Tremembé, no interior paulista, afirma que quer ser julgada o mais rápido possível, segundo seu advogado. “Ela quer ser julgada logo. Como qualquer outro réu, ela quer ir logo ao julgamento para responder pelo que a sociedade está cobrando. O réu quer ser julgado, porque ele quer ter um horizonte pela frente, ela não consegue traçar horizontes sem ser julgada”, disse ao Terra o defensor Luciano Santoro.

O advogado entrou com o último recurso em setembro de 2013, após o pronunciamento da Justiça (última fase das instruções preliminares, antes do júri), para tentar afastar os qualificadores do crime, mas o pedido ainda não foi apreciado pelo TJ-SP. Segundo Santoro, Elize o repreendeu quando ele entrou com a ação. “Quando eu recorri, ela até ficou triste comigo, porque ela quer ser julgada agora. Mas eu preciso fazer o meu trabalho”, argumentou.

De acordo com o TJ-SP, no entanto, a data do julgamento depende apenas da decisão do juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri da Capital, que deve defini-la nas próximas semanas. Para o advogado, se o júri for marcado para o segundo semestre, será “ótimo”. “Eu gostaria muito. Para mim seria melhor que fosse amanha já”, disse Santoro.

O advogado afirmou que ainda está construindo a linha que a defesa vai usar no julgamento, e que prefere não adiantar como será o trabalho de sua equipe. “A forma como vamos fazer isso será decidida mais para frente. O que posso dizer é que nossa única vantagem será falar por último (no júri). Em todo o resto a vantagem é do Ministério Público (que faz a acusação)”, explica.

Segundo Santoro, a hipótese defendida pelo promotor responsável pelo caso, José Carlos Cosenzo, de que Elize teve a ajuda de outra pessoa para cometer o crime, não faz sentido. “a defesa entende que isso não existe mesmo. A perícia demonstrou que isso é uma tese descabível e não tem a menor razão”, disse.

Em fevereiro, peritos fizeram nova reconstituição de como o corpo de Matsunaga foi encontrado. Na ocasião, o promotor afirmou que “a conclusão técnica é de que Elize não agiu sozinha”. Para o advogado da enfermeira, “ter feito aquela reprodução simulada do encontro do corpo foi desperdício de dinheiro público”. O Terra entrou em contato com o MP, mas não conseguiu encontrar o promotor Cosenzo para comentar o caso.

Filha do casal está com avós paternos

A filha que Elize teve com o executivo da Yoki, hoje com 3 anos, está com os avós paternos. A guarda foi concedida ao casal logo após o crime. Elize e outros familiares da criança, no entanto, lutam na Justiça para conseguir visitar a menina. “Estamos tentando a regulamentação das visitas pela Elize e pela tia da Elize, com que a criança ficou logo após a mãe ser presa”, conta o advogado.

“Mas é uma discussão judicial longa, tende a demorar mais que o próprio processo criminal. Com o réu preso tende a ser mais rápido, mas ainda é devagar”, disse Santoro.

Empresário é esquartejado

Executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio de 2012. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo apuração inicial, o empresário foi assassinado com um tiro e depois esquartejado. Principal suspeita de ter praticado o crime, a mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, 38 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho. Ela e Matsunaga eram casados há três anos e têm uma filha. O empresário era pai também de um filho de 6 anos, fruto de relacionamento anterior.

De acordo com as investigações, no dia 19 de maio, a vítima entrou no apartamento do casal, na zona oeste da capital paulista e, a partir daí, as câmeras do prédio não mais registram a sua saída. No dia seguinte, a mulher aparece saindo do edifício com malas e, quando retornou, estava sem a bagagem. Durante perícia no apartamento, foram encontrados sacos da mesma cor dos utilizados para colocar as partes do corpo esquartejado do executivo. Além disso, Elize doou três armas do marido à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo antes de ser presa. Uma das armas tinha calibre 380, o mesmo do tiro que matou o empresário.

Em depoimento dois dias depois de ser presa, Elize confessou ter matado e esquartejado o marido em um banheiro do apartamento do casal. Ela disse ter descoberto uma traição do empresário e que, durante uma discussão, foi agredida. A mulher ressaltou ter agido sozinha. No dia 19 de junho de 2012, o juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri no Fórum da Barra Funda, aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo e decretou a prisão preventiva da acusada.

Fonte: Terra

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