MPE defende criação de políticas públicas de arborização para Maceió

Sede do Ministério Público do Estado de Alagoas

Sede do Ministério Público do Estado de Alagoas

Motivado pelas constantes denúncias de supressão digital, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio da 4ª Promotoria de Justiça da Capital – Defesa do Meio Ambiente, realizou, na manhã desta sexta-feira (9), uma audiência pública para discutir a criação de política públicas de arborização em Maceió. A elaboração das políticas estão previstas no Plano Diretor do município, mas ainda não foram implantadas.

A Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (SEMPMA), a Secretaria Municipal de Planejamento (SEMPLA) e a Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió compareceram ao encontro comandado pelo promotor de Justiça Alberto Fonseca na sede da Procuradoria Geral de Justiça, no bairro do Poço. O representante do MPE/AL entende que a efetivação da arborização na capital melhoraria a qualidade de vida dos maceioenses.

“A correta plantação e manutenção de árvores, flores e demais espécies de flora tornam a convivência no espaço público mais agradável, já que reduz não só a temperatura, como também a poluição sonora e atmosférica. Se pensarmos no aspecto estético, também observamos o aumento da diversidade, que hoje está limitada na cidade a, praticamente, quatro tipos de plantas: coqueiro, amendoeiras, figueiras e acácias-mimosas”, disse Alberto Fonseca.

Os órgãos públicos presentes definiram a criação de um grupo de trabalho para amadurecer um inventário florístico da cidade, que corresponde a um estudo da arborização já existente. “Além do coletivo, a discussão seria aberta à sociedade civil organizada e a centros de pesquisas, a exemplo das universidades, que terão acesso às audiências públicas referentes ao tema”, destacou o chefe de gabinete da SEMPMA, Carlos Eduardo Ribeiro, que representava o secretário da pasta.

Inventário florístico garante diversidade

Para o engenheiro agrônomo Valdir Martiniano Silva, o inventário florístico é fundamental para elaborar a política pública em destaque. “Com o estudo, vamos diagnosticar as espécies existentes, a quantidade de cada uma, o estado de saúde da planta, a idade e onde ela se localiza. A localização poderia ser identificada, inclusive com GPS, para termos um controle digital das nossas plantas e facilitar a disponibilidade de dados sobre as plantas de Maceió para a população, disse”.

“Nenhuma espécie deve ter mais de 15% do total de indivíduos num dado espaço porque facilita a incidência de pragas. Entendo que a arborização no município deve ser implantada com base na diversidade da flora e com preferência de espécie nativas. As plantas originais são mais adaptáveis ao solo e ao clima locais, o que facilita a obtenção de mudas e, no geral, é mais atraente à fauna. Quanto à estética, a diversidade de plantas permite uma variação arquitetônica de copas e a floração em várias épocas do ano, como ocorre em Vitória e Belo Horizonte”, completa Valdir Martiniano.

Coqueiros

Na audiência pública realizada hoje, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente também solicitou que a SEMPMA informe a origem e os valores das mudas de coqueiras adquiridas pelo município. Desde que a Prefeitura Municipal instituiu a planta como árvore símbolo da cidade, vários coqueiros foram plantados na cidade, sem que houvesse viveiros de muda em Maceió. A Secretaria tem o prazo de 30 dias para repassar as informações ao promotor de Justiça Alberto Fonseca.

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