Copa no Brasil e os movimentos sociais

A abertura da Copa do Mundo de futebol finalmente chegou! O Brasil respira futebol o ano todo, desde as chamadas peladas realizadas à noite e em final de semana às disputas de várzeas, do campeonato estadual e ao brasileiro, passando pelo torneio latino americano e pelo mundial de clubes. Imagina o comportamento da população com a Copa do Mundo acontecendo aqui, onde estão as melhores seleções do planeta com os seus maiores craques desfilando nas arenas! Os dados parciais já apontam que mais de 80% dos ingressos foram adquiridos por brasileiros.

E porque a chamada grande mídia tem procurado a todo custo desqualificar a Copa, enfocando os problemas sociais históricos brasileiros, como a violência, a falta de assistência nas áreas de saúde, educação, emprego e baixa no crescimento econômico?! A mesma mídia que, de repente, a toque de mágica, que nas últimas três décadas pisou, destruiu e desqualificou a importância e o papel do Estado, está justificando que essas demandas eram de competência do mercado.

Para entender a questão, remete-se para a atual conjuntura política e econômica dos Brasil. Ao sair de mais de duas décadas de ditadura militar, a elite econômica e política brasileira, eternamente subserviente ao capital financeiro internacional, governou o país atendendo aos interesses da especulação financeira, ao mesmo tempo em que aprofundava os índices de miséria da maioria da população.

Com a crise do neoliberalismo, modelo instalado pelas principais economias capitalistas do mundo, do paraíso anunciado restou o inferno. As grandes economias aplicaram paliativos para se protegerem momentaneamente, enquanto que as economias dos países periféricos caírem em derrocada, provocando alto índice inflacionário, desemprego em massa, miséria absoluta, corrupção, conflitos sociais e desestruturação políticas dos estados nacionais.

O que ocorria com grandes potências mundiais, repercutia em proporção maior nas economias emergentes. O caso da Argentina é exemplar, depois de ter aplicado a cartilha neoliberal, em apenas dois anos mudou cinco presidentes da República, provocando o caos social, político e depressivo na maioria da população.

E com o Brasil não foi diferente. Ao final do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com as suas políticas neoliberais, o Estado encontrava-se sucateado, com alto índice inflacionário, a miséria campeando o campo e cidade, o desemprego a todo vapor e a balança comercial em queda vertiginosa.

Com a eleição do presidente Lula em 2002, o cenário da economia brasileira mudou, resgatando a esperança da maioria da população com a perspectiva de reestruturar o Estado, a implantação de políticas públicas de geração de emprego e renda, a assistência em educação, saúde, moradia, transporte e segurança pública.

Neste novo cenário, as movimentações sociais de junho de 2013 para cá, observa-se positivamente que as demandas reivindicativas mudaram, ao invés da falta de políticas públicas, ouve-se o grito por melhoria qualitativa na prestação dos serviços públicos.

De plantão, a mídia imediatamente criminalizou as manifestações! Logo depois, percebendo a possibilidade de utilização política contra esse novo modelo de gestão pública, prontamente passou a se postar como protagonista e defensora da cidadania e dos direitos sociais, visando as eleições 2014. Mesmo assim, com o oportunismo político e eleitoreiro costumeiro, rendeu-se às movimentações futebolísticas frente ao envolvimento popular brasileiro! Quiçá o Brasil seja campeão!!!

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