Irmã de acusado em atentado à base da PM afirma que houve engano

Alagoas24HorasGilvanice mostra o documento recebido na delegacia

Gilvanice mostra o documento recebido na delegacia

A guerra entre o tráfico de drogas e a Polícia Militar no conjunto Selma Bandeira no Complexo Benedito Bentes está deixando a população apavorada. Depois do ataque à base comunitária do conjunto, na semana passada, a polícia saiu em buscas dos responsáveis. Na manhã deste domingo, um homem identificado como Edvaldo Vieira da Silva, de 30 anos, suspeito de ser um dos envolvidos no ataque, foi capturado pela polícia.

No relatório da Polícia Militar divulgado nesta segunda-feira, 14, consta que as equipes da Força Tática do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM) chegaram ao local para uma abordagem ao suspeito, que estava armado. Segundo a PM, Edvaldo estava com um revólver calibre 38, municiado, com uma balança de precisão e várias pedras de crack, pesando aproximadamente 28 gramas. No relatório também consta que ele foi encaminhado à Central de Flagrantes e autuado por tráfico de entorpecentes e crime violento não letal contra a pessoa. O fato ocorreu próximo a uma igreja evangélica.

O que não consta no relatório é que Edvaldo atirou contra os policiais no momento da abordagem e que ficou ferido. A informação foi divulgada ao longo do dia na imprensa. Há informações de que o suspeito sou submetido à cirurgia e seu estado de saúde é estável.

Denúncia

Contrariando as informações da polícia, a irmã de Edvaldo, Gilvanice Vieira da Silva disse que tudo não passou de um engano e que seu irmão está sendo acusado de um crime que não cometeu. Em entrevista ao Alagoas24Horas, a irmã do acusado disse que ele foi confundido porque sua casa possui muro branco e portão preto. “Meu irmão é funcionário de uma empresa de pré-moldados no Tabuleiro, é evangélico e qualquer pessoa no local onde ele mora pode falar sobre sua conduta. Ontem os policiais chegaram no local, invadiram a casa e não deixaram que ele falasse. Ele foi agredido, teve a casa revirada e acabou no hospital”, contou apavorada.

Segundo Gilvanice, Edvaldo chegou a pedir socorro ao vizinho, que é seu pastor, mas ele não pôde ajudar porque os policiais pediram que os moradores entrassem em suas casas. “A casa do meu irmão foi toda revirada à procura de drogas e armas, mas não havia nada lá. Hoje eu tentei vê-lo no hospital, mas fui impedida. Disseram que ele segue do HGE direto para o presídio. Da Polícia Civil recebi um documento informando que ele foi preso por posse de ilegal de arma e tentativa de homicídio”, relatou a irmã.

Neste domingo, amigos e vizinhos de Edvaldo realizaram um protesto para chamar atenção das autoridades e esclarecer o engano, mas rapidamente foram obrigados a dispersar em função de um toque de recolher de homens encapuzados.

O caso foi levado à Comissão de Direitos da OAB e posteriormente à Defensoria Pública, mas até agora nenhum órgão assumiu a investigação do caso. Enquanto isso, a irmã de Edvaldo segue com medo do destino do seu irmão e também do que pode lhe ocorrer a partir dessas denúncias. Os moradores do conjunto estão realizando um abaixo assinado para apresentar às autoridades. “Meu irmão é pobre, negro e mora num lugar como aquele. Quem irá acreditar numa história como a dele?”, questionou a doméstica.

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